A data 04 de julho de 2012, dia da “Libertação Alvinegra” jamais saíra da mente dos corintianos. E como um bom torcedor do Corinthians eu me lembro de tudo desde o momento que acordei até a hora do jogo. Foram momentos de ansiedade, junto com imaginações do que poderia acontecer naquela partida e o tempo não passava.
Me lembro que assisti todos os programas de esportes possíveis, desde os de canal aberto aos da TV paga buscando informações de como o Corinthians iria para a decisão contra o Boca Juniors. A confiança no título, após aquele gol do Romarinho na Bombonera, era muito grande, mas esse sentimento já havia falhado comigo em 2008, na final da Copa do Brasil contra o Sport, então preferi guardar essa sensação para mim mesmo.
Não tomei café, almocei mal e nem jantei. A ansiedade para tirar esse peso de ganhar uma Libertadores era enorme e eu não conseguia fazer nada além de tentar assistir televisão para fazer o tempo passar. Tentei até mesmo jogar videogame, pois sempre que joguei percebi que o tempo passava mais depressa, mas também não consegui.
O dia era só para mim, não queria que ninguém conversasse comigo. Prova disso é que assisti o jogo em casa, ao invés de assistir com meus amigos que haviam me chamado para ver todos juntos. Prometi que se o Corinthians ganhasse a Libertadores eu iria curtir com eles, mas que iria ficar em casa mesmo.
Pois bem, o jogo chegou e nem estava frio no dia. Mas como já é de praxe comigo em todo jogo decisivo, eu fico tremendo, onde a barriga e até minhas costas doem, não sei o porquê. O primeiro tempo passou e sem muitos sustos tanto do lado do Corinthians quanto do Boca, fiquei já imaginando os pênaltis.
Começou o segundo tempo e antes dos 10 minutos, Emerson Sheik fez o gol que já me deixou com um “suor nos olhos”, pela primeira vez, depois de um incrível passe do sempre decisivo, Danilo. Mas eu sabia que tinha que manter a calma, do outro lado estava ninguém menos que o Boca Juniors.
Mas minha calma só foi até os 27 minutos do segundo tempo. Após esse tempo sabia que o título era nosso e que nada tiraria nossa primeira Libertadores. Após um erro grave de Schiavi, Sheik arrancou do meio campo e novamente marcou. Foi o gol da Libertação, o gol que ficou na história, o gol que fez ele entrar de vez na história do Timão.
Antes do fim do jogo eu já não acreditava que aquilo realmente estava acontecendo e o aquele “suor” se transformou em choro de verdade. A primeira vez que chorei pelo Corinthians.
Nem no rebaixamento eu havia chorado, mas no título não teve como. Fui encontrar meus amigos na rua com o rosto “inchado” de chorar, mas não aquilo não importava. Todos também estavam e a madrugada foi só de zoeira graças ao Todo Poderoso Timão.
Sim, o título era nosso, após muito tempo ninguém falaria mais nada. Mas e as piadinhas?… engraçado, não ouço elas desde então.
Iria colocar o vídeo para relembrar, mas para pensei bem e não será preciso. Cada lance, cada gol estará guardado para sempre na memória dos corintianos.
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Foto: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians
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