
No confronto do último domingo, pelo Campeonato Espanhol, o atacante brasileiro chamou mais atenção por ter sofrido um pênalti cometido por Sergio Ramos – convertido por Messi – ao invés da sua movimentação em campo.
No dia seguinte ao jogão em Madri, o camisa 11 estampou as páginas dos jornais da Espanha não pelas arrancadas ou dribles geniais, mas sim pela penalidade sofrida. Algumas publicações voltaram a lembrar dos tempos de Santos, quando Neymar costumava cavar faltas e era chamado de cai-cai ou até de mergulhador.
Faltando pouco mais de dois meses para o início da Copa do Mundo, o questionamento sobre Neymar não para, e o vejo como injusto. Com apenas 22 anos, o garoto de Mogi das Cruzes ainda não tem uma temporada completa no futebol europeu. Ao contrário dos maiores rivais: Messi e Cristiano Ronaldo.
Depois de ficar dois meses parado por conta de uma lesão muscular, Messi voltou com tudo. Do regresso aos gramados, no dia 8 de janeiro, até o último domingo, o craque argentino já anotou 20 gols e se tornou o maior artilheiro da história do Barcelona. De quebra, ainda virou o maior goleador do clássico Barça x Real. Com 21 gols, ele superou o compatriota Alfredo di Stéfano, que se destacou no time merengue nas décadas de 50 e 60. Nesta temporada, o camisa 10 catalão tem 34 gols em 32 jogos.
Cristiano Ronaldo não tem deixado o Pulga abrir vantagem. O Gajo é o artilheiro do Campeonato Espanhol, com 26 gols, e da Liga dos Campeões da Europa, com outros 13 tentos. Somado ao fato que recentemente foi eleito pela Fifa o melhor jogador do mundo em 2013. Só para registrar, o CR7 já balançou as redes 42 vezes nas 39 partidas que disputou pelo Real Madrid nesta temporada.
E quanto a Neymar? Os números são bem mais modestos. Em 31 partidas, marcou 11 gols. Não por culpa sua ou do treinador Tata Martino, mas o brasileiro ainda não encontrou o modo ideal para atuar pelo Barça, tanto que tem sido preterido pela própria torcida do time azul-grená, que preferia ter visto o prata da casa Pedro como titular diante do Real.
A pressão sobre Neymar tem aumentando com a chegada do Mundial de 2014. Ao contrário dos ‘rivais’, o ex-santista fará sua primeira participação em Copas, uma vez que foi descartado por Dunga para compor o grupo da seleção brasileira em 2010, na África do Sul. Aos 26 anos, Messi já esteve em duas Copas, assim como Cristiano Ronaldo, que defendeu Portugal em 2006 (na Alemanha) e há quatro anos (na África).
Messi e Cristiano Ronaldo são as referências de suas seleções, mas a obrigação de ser campeão em 2014 está nas mãos de Neymar. Titular absoluto da equipe de Luiz Felipe Scolari, o atacante é visto como esperança para apagar o Maracanaço de 1950. Mas se o hexa não vier? Neymar será visto como o novo Barboza?