
Crédito: Bernard foi medalhista de prata nas Olimpíadas de Los Angeles 1984
Na quadra montada no centro do gramado, todos os atletas tiraram os tênis, para evitar escorregões, e o piso da quadra foi adaptado, da melhor forma possível, para que a partida prosseguisse. Enquanto a chuva caía, Bernard Rajzman foi para o saque. Imediatamente, a torcida gritou para que ele usasse o saque “Jornada nas Estrelas”.
A bola subiu a uma altura de 25 metros, o equivalente a um prédio de oito andares, e desceu do lado adversário em alta velocidade. A chuva e a luz dos refletores do estádio dificultaram a visão da bola, desnorteando os soviéticos. Mais um ponto para a seleção brasileira e a consagração definitiva do saque inventado por Bernard. No final, vitória do Brasil por 3 a 2.
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Hoje, 33 anos depois, Bernard Rajzman é o chefe da missão brasileira no Rio 2016, mas continua, sempre que possível, a jogar vôlei nas praias cariocas. Dono de uma carreira brilhante, ele foi medalhista de prata, em Los Angeles 1984, e do Mundial de 1982, disputando mais de 500 jogos pela seleção. O reconhecimento maior veio em 2005, quando foi o primeiro brasileiro indicado para integrar o Hall da Fama do vôlei mundial, nos Estados Unidos. Além de Bernard, a “geração de prata” tinha Renan, Montanaro, Xandó, William, Amauri, Bernardinho e Marcus Vinícius.
O lendário saque “Jornada nas Estrelas” nasceu nas areias do Rio e seu apelido se originou do filme do mesmo nome, em cartaz na época. No Mundialito de 1982, no ginásio do Maracanãzinho, Bernard passou a usar a arma mortal criada para o vôlei de praia. Quando a bola era arremessada a uma certa altura, os refletores, assim como a luz solar, prejudicavam a recepção do time adversário, gerando muitos aces e facilitando os contra-ataques brasileiros.
Foto principal: Página oficial da Confederação Brasileira de Vôlei no Facebook
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