
Crédito: Reprodução/Twitter oficial Tyroane Sandows
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O atacante chegou ao São Paulo em 2006 e defende o Grêmio desde 2014. Pelas seleções sul-africanas de base, disputou Copa das Nações Africanas Sub-20 de 2015. No torneio, o gremista foi um dos destaques da equipe e entrou para o time ideal da competição.
Na primeira rodada do Rio 2016, os Amaglug-glug enfrentaram justamente o Brasil. No entanto, Ty não saiu do banco no estádio Mané Garrincha. Segundo o técnico Owen da Gama, o “brasileiro” da África do Sul entraria em campo, mas a expulsão de Mothobi Mvala, no segundo tempo, o forçou a adotar uma postura mais cautelosa.
Em vez de lamentar pela chance que não recebeu, o atleta de 21 anos preferiu exaltar o jogo coletivo dos companheiros, que tiveram ótima atuação e seguraram um empate em 0 a 0.
“Sabíamos que seria um jogo difícil. Obviamente, ter um homem a menos complicou as coisas. Porém, acho que, como time, fomos capazes de lidar com a situação. Conseguimos nos adaptar ao jogo e defendemos bem, além de criar oportunidades. Foi um grande resultado contra um dos favoritos ao título”, afirmou.
Na partida de Brasília, o adversário contava com alguns nomes conhecidos de Ty: o volante Walace e o atacante Luan, ambos do Grêmio. Segundo o sul-africano, não foi preciso dar dicas sobre os companheiros de clube.
“Não preciso dar dicas. Temos pessoas em nosso staff que já haviam analisado o Brasil. Então, não precisei falar nada para ninguém. Porém, todo mundo sabe que o Brasil tem jogadores brilhantes, capazes de superar um, dois, três adversários de uma vez. Precisávamos jogar de forma compacta, como um time, para tentar minimizar o talento individual desses jogadores. Fizemos isso, e conseguimos o empate. Então, acabou sendo um bom resultado”, explicou.
Ty fala três idiomas: inglês, afrikaans e um português sem erros. A afinidade com o Brasil parece ter virado uma aliada em sua carreira. Afinal, o técnico da seleção olímpica sul-africana se entusiasma quando fala sobre o atacante. Segundo Owen da Gama, o gremista já pensa, dentro de campo, como um jogador brasileiro.
Com o grupo, o relacionamento também é bom. E o entrosamento com o grupo ficou ainda mais fácil com a presença do meia Keagan Dolly. Destaque da equipe no Rio 2016, o capitão é amigo de infância de Tyroane.
Com a vida dividida entre os dois países, o jogador do Grêmio ainda fica sem jeito quando perguntado se ainda alimenta esperanças de defender a seleção principal do Brasil.
“No momento, vou deixar isso em aberto. Apenas Deus sabe do futuro. Obviamente, vou ver o que acontece. Se a porta do Brasil se abrir, vamos ver. Se a porta da África do Sul abrir, vamos ver”, disse.
Certo mesmo é o desejo de atuar no futebol europeu dentro de alguns anos. Porém, como no caso da escolha da seleção, Ty mostra cautela e entende que não é uma decisão para ser tomada rapidamente.
“Desde o começo nas categorias de base você alimenta o desejo de jogar na Europa. Você vê as pessoas jogando lá, atuando na Liga dos Campeões. Claro que é um sonho, mas acho que você precisa ter muito cuidado neste processo. Você tem que se preparar e só ir quando estiver preparado. Prepare-se e tente ser transferido quando achar que tem a maturidade necessária para se adaptar. Caso contrário, você pode chegar na Europa, não se adaptar e acabar não indo bem. Quando o momento certo chegar, vai acontecer. E espero que ele chegue daqui a uns dois ou três anos”, concluiu.
Ainda sem atuar no Rio 2016, Ty poderá fazer sua estreia na terceira rodada do torneio olímpico. A África do Sul enfrentará o Iraque na quarta-feira, às 22h, em São Paulo.