Home Futebol Relembre o inesquecível Vasco x Londrina de 1978

Relembre o inesquecível Vasco x Londrina de 1978

Pela 30ª rodada da Série B, Vasco e Londrina se enfrentam hoje na Arena da Amazônia, em Manaus, às 18h30 (horário de Brasília). Se o confronto desse fim de semana envolve a disputa direta pelo acesso à Série A de 2017, há exatamente 38 anos os dois clubes se enfrentaram por uma vaga nas semifinais do Campeonato Brasileiro de 1977 e esse duelo ficou marcado na história.

Redação Torcedores
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Mesmo com poucos confrontos em todo histórico, Londrina Esporte Clube e Club de Regatas Vasco da Gama protagonizaram, no dia 19 de fevereiro de 1978, um jogo pelas quartas de final do Campeonato Brasileiro de 1977 que merece ser lembrado para sempre. Na ocasião, o Tubarão desbancou o Gigante da Colina, por 2×0, dentro da casa do adversário, São Januário, no que pode ser considerado até hoje o maior público que o estádio já recebeu oficialmente: 40.209 torcedores. Com gols de Brandão e Carlos Alberto Garcia, a festa no fim da partida foi azul e branca, e o Londrina garantiu pela primeira vez uma vaga no quadrangular final que decidiria o título.

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O Londrina era a grande surpresa do Campeonato Brasileiro de 1977. Começou mal a competição, quase foi eliminado e quando houve a oportunidade de uma repescagem soube aproveitar, venceu dois jogos contra Goiás e Vila Nova e com isso conseguiu o direito de avançar à fase final. Por mais que estivesse em uma chave muito difícil, ganhou de Caxias, Flamengo, Santos e Corinthians, que eram os times que faziam parte do grupo que o Londrina estava. Além destes, o Vasco também estava nessa chave e a decisão da vaga ficou para a partida na Colina Histórica.

Londrina e Vasco chegaram à última rodada da terceira fase disputando a liderança do grupo S e um lugar nas semifinais. O Londrina se encontrava em uma situação mais “confortável”, era líder da chave com nove pontos e poderia empatar ou até mesmo perder por um gol de diferença que já garantia presença na próxima fase. Já o Vasco, se encontrava na segunda posição com sete pontos, tendo que ganhar por dois gols ou mais de vantagem (na época o regulamento era diferente do atual e vitória por um gol valia dois pontos, enquanto por dois ou mais rendia três pontos).

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Já era esperado que o confronto tivesse cara de final. O Vasco era claramente favorito por ser um grande clube e a pressão era muita, não apenas por parte da torcida vascaína, mas também por parte dos atletas adversários e também do presidente. No dia do confronto, os jogadores do Londrina foram impedidos de comer no hotel por uma possível sabotagem por parte dos cruzmaltinos e tiveram que se alimentar em uma lanchonete. Também houve muita dificuldade para chegar a São Januário, mas ao que tudo indica o clima pré-jogo não tirou o foco alviceleste.

Dentro de campo, a equipe do Londrina conseguiu abrir o placar logo aos oito minutos do primeiro tempo, mostrando que era possível aguentar a pressão vascaína. O gol surgiu de uma jogada de contra-ataque e saiu dos pés de Brandão, que recebeu nas costas da zaga e aproveitou a saída do goleiro para dar um toquinho e abrir o placar: 1×0 Tubarão. O Vasco ainda tentava pressionar, mas Mauro, goleiro reserva da equipe, estava fechando o gol e salvou o Londrina várias vezes. O segundo gol paranaense veio no início do segundo tempo e foi marcado por Carlos Alberto Garcia com direito a gol de perna esquerda de um jogador que não era canhoto. A jogada nasceu de uma cobrança de falta, Dirceu cruzou, Carlos dominou e mandou no canto do goleiro Mazaropi: 2×0. Era o fim da esperança vascaína de avançar na competição, sendo eliminado dentro de sua casa.

Mesmo com um grande feito e avançando às semifinais, o sonho do Tubarão foi interrompido logo após aquele jogo secular. Pela partida que valia vaga para a final, o clube paranaense enfrentou o Atlético Mineiro e foi derrotado por 4×2, dando adeus ao título do Campeonato Brasileiro de 1977. Mas não pense que o clima era de total tristeza, o Londrina garantiu não só o quarto lugar na classificação final, mas também a alegria de ter chegado tão longe.