Home Futebol Organização e reconhecimento levaram brasileiros a atuar na Eslováquia

Organização e reconhecimento levaram brasileiros a atuar na Eslováquia

O sonho de se tornar jogador profissional de futebol leva o brasileiro a atuar em diversos países pelo mundo. Por conta disso, é possível ver conterrâneos desfilando a qualidade ímpar do tupiniquim em lugares pouco convencionais, como Índia, Tunísia, Malta e Ilhas Faroe.

Redação Torcedores
Textos publicados pela Redação do Torcedores.com. Contato: [email protected]

Crédito - Jozef Bedej

E dois brasileiros tiveram uma boa temporada defendendo as cores do FC ViOn Zlaté Moracve, da primeira divisão da Eslováquia. Mateus e Everton tiveram boa participação pela equipe, principalmente após a saída do técnico Peter Gergely e a chegada de Juraj Jarábek.

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Os dois jogadores chegaram no país no meio de 2016, ainda antes do começo da liga nacional. E logo de cara perceberam uma falha: a temperatura era muito diferente do que tinham no Brasil.

“Acho que muito brasileiro já fez isso também, mas eu e o Everton viajamos apenas com roupa de calor na mala. Quando chegamos aqui estava muito frio. Aí tivemos que ir ao shopping comprar calça e agasalho”, contou Mateus, que teve passagens pela base do Grêmio e defendeu Botafogo-SP e EC São Bernardo antes de rumar à Europa.
Em uma temporada, a opinião dos dois jogadores é unânime quanto a organização e estilo do futebol da Eslováquia. Para Ewerton, é preciso ter pensamento rápido pela velocidade do jogo durante os 90 minutos.

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“Aqui tem muita intensidade em todos os jogos, não apenas nos clássicos. Pra jogar na Eslováquia precisa estar bem fisicamente porque os jogadores são muito fortes. A velocidade do jogo também é alta. Você tem pouco tempo pra definir o que fazer com a bola. Aguentar o jogo todo requer muito empenho nos treinos”, disse Everton, de apenas 21 anos, que começou a temporada na equipe B, mas logo conquistou seu espaço do time principal do FC ViOn. Mateus complementou a ideia do companheiro. “Você tem duelo pela bola a todo momento. E quanto você perde essa ‘briga’ a cobrança vem forte.”

O fato o futebol eslovaco ser muito focado na força e na tática, a vida do brasileiro acaba sendo menos complicada dentro campo.

“O jogador sul-americano tem maior qualidade individual. A habilidade com a bola no pé, basicamente, é maior do que em relação aos jogadores dessa parte da Europa. Por isso, os brasileiros acabam tendo destaque atuando por aqui. A nossa cadência de jogo também é diferente. Os times que aliam força e técnica costumam fazer boas temporadas”, analisou Mateus.

São muitas as motivações de ir para o futebol europeu. Salários em dia, estrutura de trabalho, qualidade de vida… Porém, um ponto extra-campo foi essencial para a revelação do Grêmio aceitar proposta da Eslováquia.

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“No futebol brasileiro sabemos que tem muita coisa que vai além do jogo em si. Percebemos nossa evolução nos treinos e pessoas do clube elogiam nosso trabalho, mas sem nos dar as oportunidades. Aqui me sinto mais valorizado e reconhecido”, assumiu Mateus.

Mesmo a liga eslovaca não tendo os mesmos holofotes que torneios como La Liga (Espanha) e Premier League (Inglaterra), a estrutura oferecida pelos clubes é de ótima qualidade.

“Mesmo não jogando em um clube top do país, o FC ViOn oferece todo suporte para os atletas terem apenas preocupação em jogar futebol. A estrutura é excelente. Inclusive, os campos de treino e jogo são excelentes em todas as equipes”, contou Everton, que já atuou em gramados ruins enquanto atleta no Brasil.

Se dentro do clube as coisas funcionam muito bem, fora dele algumas coisas ainda são estranhas para os brasileiros.

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“Quando saímos pela cidade, algumas crianças se assustam com a gente porque nunca viram uma pessoa negra. Pra eles não é comum. É engraçado. Nos respeitam bastante, mas acham diferente. É um lance engraçado”, concluiu Mateus.

Os dois brasileiros moram juntos no hotel do clube. E encontra suas famílias é uma tarefa complicada.

“A viagem é muito longa. Dá mais de 18 horas e as nossos familiares trabalham. A agenda não bate. Como a temporada já recomeça no dia 15, não conseguimos ir para o Brasil por conta dessa distância. Ficamos por aqui e matamos a saudade pela internet”, completou o meia.

A SFA (Associação de Futebol da Eslováquia) ainda não publicou a tabela de jogos da liga nacional da temporada 2017/2018.

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