O Clube de Regatas Flamengo publicou no final da tarde deste sábado (1) em suas redes sociais um vídeo com a posição do clube em relação aos desdobramentos do incêndio no Ninho do Urubu, que irá fazer um ano no próximo dia 8.
Na conversa de pouco mais de 28 minutos, o presidente Rodolfo Landim, o vice e jurídico, Rodrigo Dunshee, e o CEO, Reinaldo Belotti, responderam perguntas enviadas pela imprensa.
A iniciativa faz parte de uma ofensiva para amenizar as críticas que a instituição vem recebendo, pela forma de conduzir o processo, principalmente referente às indenizações às famílias.
Na conversa de pouco mais de 28 minutos, o presidente Rodolfo Landim, o vice e jurídico, Rodrigo Dunshee, e o CEO, Reinaldo Belotti, responderam perguntas enviadas pela imprensa/ Reprodução YouTube
‘’O Flamengo está se colocando na disposição de todas as famílias pelo fato de reconhecer, independentemente de culpa ou não. Aparenta ser um lamentável acidente, mas temos a nossa responsabilidade como guardiões daqueles adolescentes. Por isso estamos sempre à disposição dos envolvidos’’, fala Rodrigo Dunshee, vice-presidente e do jurídico do clube.
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Na madrugada de 8 de fevereiro do ano passado, 13 jovens entre 14 e 16 anos estavam em seis contêineres interligados usados como alojamentos. Um curto-circuito em um ar-condicionado provocou o fogo, segundo laudo da Polícia Civil.
‘’Certamente a maior tragédia da história do Flamengo, tanto que vamos conviver ainda por muito tempo em nossa memória. Todos aqueles que trabalham no Ninho, os torcedores do Flamengo também. Por mais que com o tempo seja curado vão ficar as cicatrizes’’, resume Landim o sentimento do episódio.
Conflitos na justiça
O inquérito está nas mãos da 42ª Delegacia de Polícia Civil após o Ministério Público do Rio de Janeiro ter devolvido, pela segunda vez o processo, em dezembro de 2019. O MP-RJ requisitou as intimações de Marco Polo Del Nero, que era presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) na época, e Rubens Lopes, atual mandatário da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj). As entidades devem fornecer cópias dos certificados de clube formador de atletas de base do futebol. De acordo com o Flamengo, das dez famílias, três e meia já fizeram acordos. A mãe do Rykelmo de Souza Vianna entrou com uma ação. Além de 20 acertos com outras pessoas, incluindo os lesionados.
‘’Desde o acidente o Flamengo paga espontaneamente R$ 5 mil para cada família, para essas famílias tivessem mais tranquilidade nas negociações, sem ter necessidade emergencial de caixa. É importante dizer que cada um recebia R$ 800 em média por mês. Pagamos mais de seis vezes, espontaneamente’’, pondera Dunshee.
O MP-RJ e a defensoria recorreram ao Tribunal de Justiça do Rio. O juiz Arthur Arthur Eduardo Magalhães Ferreira aceitou o pedido e o valor foi dobrado para R$ 10 mil e vem sendo cumprido, diz o Flamengo.
O vice-presidente confirma o descontentamento com valores pedidos pelas seis famílias restantes. Considera alto e longe do padrão utilizado pela justiça brasileira. ‘’Essa importância não levou em conta as estatísticas, que esses meninos dificilmente, percentualmente, não chegariam ao time de titulares do Clube de Regatas Flamengo. Esse valor nós oferecemos e três famílias e meia aceitaram. Nós não podemos tratar a tragédia de uma forma para uma família, e de outra forma para outra’’, explica Dunshee.
Outro patamar?
O clube conquistou dois dos três torneios nacionais e a Libertadores em 2019, colecionando milhões, além das vendas do Rodrygo, Paquetá e Reinier. Críticos do Flamengo consideram um erro não pagar os valores pedidos. ‘’Esses são processos totalmente diferentes. Um são os danos que a gente causou às famílias e outro é o resultado econômico. Por exemplo, se o clube tivesse um resultado esportivo ruim e economicamente também, nós não teríamos nenhuma responsabilidade? Uma coisa é diferente da outra’’, rebate Landim.
Veja na íntegra:
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