Home Automobilismo Entenda por que os carros da Fórmula 1 estão com tantos problemas em 2022

Entenda por que os carros da Fórmula 1 estão com tantos problemas em 2022

Dificuldades técnicas, abandonos, falhas no motor, entre outros, têm sido recorrentes no atual campeonato da Fórmula 1; saiba as razões

Arthur Santos Eustachio
Meu nome é Arthur Santos Eustachio. Sou formado em Jornalismo pela Cásper Líbero. Atuo como produtor de conteúdo para sites e mídias digitais. Escrevo notícias sobre esportes em geral - hoje principalmente na área de automobilismo: Fórmula 1, MotoGP e Nascar. Já trabalhei na 365Scores e como administrador de páginas esportivas. Meus esportes favoritos são futebol, tênis, basquete e Fórmula 1. Minhas maiores referências são Cristiano Ronaldo, Novak Djokovic e Max Verstappen. No mais, curto ler, ouvir música, assistir filmes e, claro, praticar esportes.

Depois de somente nove etapas disputadas em 2022 na Fórmula 1, os três primeiros pilotos no campeonato tiveram dois abandonos cada um devido a quebras. Em 2021, a título de exemplo, Max Verstappen e Lewis Hamilton não ficaram de fora de nenhuma etapa por motivo de quebra de carro. Com um equipamento totalmente novo que estreou nesta temporada, a coisa está bem diferente. Mas isso basta para explicar a quantidade de problemas?

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É esta a pergunta que se coloca a colunista do “UOL” Julianne Cerasoli, especialista em Fórmula 1.

Segundo ela, a pergunta é ainda mais válida se se lembrar de que quase todos esses problemas tiveram relação com a unidade de potência, e que as diretrizes gerais de motores da F1 seguem as mesmas desde 2014. A Red Bull, do líder Verstappen e do vice-líder Sergio Perez, teve problema de captação do combustível na primeira corrida, razão pela qual houve abandono duplo. De resto, Verstappen também ficaria de fora do GP da Austrália por causa de falha na mangueira de combustível. Por sua vez, Perez abandonou corrida no Canadá em função de problema de câmbio. No que toca o terceiro colocado no campeonato, Charles Leclerc, dificuldades dizem respeito a duas quebras de motor com a Ferrari.

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Como pontua Cerasoli, não se trata exatamente de um carro novo da Fórmula 1 que está apresentando problemas. Por isso, o cenário é mais complexo do que simples quebras em razão de um novo regulamento.

Se a aerodinâmica e sistemas como o de suspensão, cuja regras mudaram, foram refeitos, no interior o carro igualmente teve de ser remodelado. As equipes afirmam que, basicamente, apenas o volante é igual ao do ano passado; o que aumenta a chance de algumas partes não estarem bem refrigeradas, além de algumas peças poderem estar sofrendo mais com trepidações do que antes, por serem montadas de forma diferente.

Relevante mudança foi no combustível, cuja mistura tem agora 10% de etanol. Assim, diz Cerasoli, há mais desafios para os fornecedores do que se esperava, com um comportamento que varia mais conforme com a temperatura.

Só que existe também outro ingrediente importante, segundo ela. É que neste ano os fornecedores de motores da F1 podem fazer as últimas atualizações de desempenho nas unidades de potência até o final de 2025. Portanto, sobretudo quem estava mais atrás, Ferrari e Renault, teve de arriscar. Uma vez que são permitidas mudanças a fim de melhorar a confiabilidade, valia mais a pena concentrar-se no desempenho para só então corrigir eventuais erros.

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Eis o momento pelo qual as duas fornecedoras passam. A Ferrari teve três problemas diferentes entre a equipe principal e os clientes, enquanto a Alpine teve quebras no começo do campeonato. Foi na última etapa, no Canadá, que a equipe de novo sofreu com o motor no carro de Fernando Alonso.

Relação do calendário da Fórmula 1 com problemas

Na avaliação de Cerasoli, o calendário apertado é outro fator que dificulta o entendimento do que deu errado e, portanto, a reação mais imediata. Ainda que tenha o mesmo número de etapas do que o ano passado, a Fórmula 1 de 2022 tem programação mais intensa, pois o campeonato termina antes da Copa do Mundo de futebol começar no Qatar, isto é, no final de novembro – três semanas antes do que a temporada de 2021. Da sexta etapa, que foi disputada na Espanha, até o final, em Abu Dhabi, as corridas serão disputadas em pares ou trios. Deste modo, nas próximas 21 semanas serão realizadas todas as 13 etapas restantes da temporada atual.

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