O piloto neerlandês Max Verstappen disse ao “De Telegraaf”, da Holanda, que avalia deixar a Fórmula 1 após o fim do contrato vigente com a Red Bull, em 2028. O campeão da temporada 2021 disse que “talvez pare”, porque “a essa altura já estarei pilotando por bom tempo”.
“Vai depender muito do carro que terei, se ainda estarei disputando por vitórias… Eu não aguentaria ficar para trás – preferiria correr em outra categoria. Além disso, sei que não quero correr por outro time da F1. Se eu me sinto bem com algo e tudo está funcionando, por que motivo mudar?”, falou Verstappen.
No auge da carreira, estranha que Verstappen esteja pensando em parar. É verdade, como põe o jornalista Fábio Seixas, do “UOL”, que não se trata de fato inédito. A Fórmula 1 conta com muitos exemplos de pilotos que decidiram abandonar a competição logo depois ou um pouco depois de vencerem um título: Juan Manuel Fangio, Jackie Stewart, Jody Scheckter, Niki Lauda, Nigel Mansell, Alain Prost, Nico Rosberg.
No entanto, no caso de Verstappen, ele mostra que não tem muito apego a números e feitos – ao contrário, diz Seixas, de Schumacher e Hamilton. Pensando em parar em 2028, o neerlandês indica que até lá já deverá estar satisfeito.
Ao fim daquele ano, Verstappen terá 31, idade considerada precoce para parar, mesmo considerando a quilometragem ao longo dos anos. Ainda que cada um tenha seu limite, a sensação é que é cedo para o atual campeão da Fórmula 1.
História e futuro de Verstappen na Fórmula 1
Quando chegou ao Toro Rosso em 2015, Verstappen tinha somente 17 anos, número notável. Aos 24 soma já 7.898 voltas completadas e 39.730 quilômetros rodados em 151 corridas de Grande Prêmio – fora treinos e testes.
A rodagem é maior, segundo Seixas, do que de pilotos como Bousten, Emerson, Hakkinen, Hill, Irvine, Panis, Reutemann, entre outros. Senna, por exemplo, tinha 24 anos quando estreou na Fórmula 1. Daqui a 11 corridas, precisamente em Interlagos, Verstappen superará o número total de corridas do tricampeão; terá então 25 anos.
O neerlandês é o exemplo mais flagrante de uma tendência que se vê em qualquer categoria, para Seixas: hoje começa-se muito cedo. Assim, os melhores passam a integrar programas de desenvolvimento de equipes e a serem cobrados por desempenho e resultados.
Por isso, na entrevista, Verstappen fala do desejo de se divertir em outros lugares, como nas corridas de endurance. “Há menos pressão, mais diversão. Talvez eu até tente algo assim enquanto estou na Fórmula 1. Não neste ano ou no próximo, talvez depois. As corridas de 24 horas me atraem: Le Mans, Spa-Francorchamps, Daytona. Há as 12 Horas de Sebring, ou Bathurst, na Austrália. Já ganhei essa corrida duas vezes no simulador”, disse ele, cujo contrato, o mais duradouro da F1 em todos os tempos, expira em seis anos.
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