Atleta que denunciou abuso sexual na ginástica dos EUA desiste das Olimpíadas
Aly Raisman disse que não estará nos Jogos de Tóquio e surpreendeu público. Atleta é dona três campeonatos Olímpicos entre os Jogos e 2012 e 2016
Reprodução: Instagram/ Aly Raisman
Um dos maiores nomes da ginástica não estará nas Olimpíadas de Tóquio. A norte-americana Aly Raisman não vai disputar seu possível quarto campeonato olímpico e surpreendeu o público do seu país. Isso porque a atleta conquistou várias medalhas olímpicas ao longo de sua história e era clara favorita ao pódio na capital japonesa. A informação de sua desistência já vinha sendo ventilada pela imprensa local. Mas só foi confirmada pela própria atleta neste sábado (18). Raisman tem 25 anos de idade.
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Em uma longa e subjetiva carta, Raisman fez um longo agradecimento ao período em que passou na ginástica artística. Mas frisou que precisa focar no seu objetivo de “tornar o ambiente ginástica artística muito mais saudável para crianças”. Vale lembrar que Raisman encabeçou as denúncias de assédio sexual que balançaram o mundo da modalidade nos Estados Unidos.
“Os últimos dez anos foram um turbilhão em que eu realmente não consegui processar tudo o que aconteceu, e às vezes me pergunto se algum dia vou fazer isso. Vivi uma vida bastante rápida e às vezes tenho que me lembrar de desacelerar, desconectar da tecnologia e ter tempo para apreciar o que experimentei e aprendi “, disse a atleta em uma rede social.
“Esse amor (pela ginástica) foi o que alimentou meus sonhos olímpicos e é o que agora me inspira a fazer tudo ao meu alcance para tornar a ginástica um lugar seguro para todas as meninas de 8 anos que estarão assistindo ginastas em Tóquio, sonhando com um dia chegar aos Jogos Olímpicos”, completou ela.
Aly Raisman
Aly Raisman é um dos maiores nomes da história da ginástica rítmica dos Estados Unidos. A atleta conquistou 6 medalhas olímpicas. Destas, 3 foram de ouro. Logo depois de se tornar uma entre as mais de 100 atletas denunciantes, Raisman chegou a processar a própria Federação de Ginástica dos Estados Unidos por ter supostamente acobertado os casos.
Na época, a atleta já criticava duramente a Federação. “Minha maior prioridade é o pedido por mudanças, para que as futuras gerações de atletas estejam seguras. Se tornou dolorosamente claro que essas organizações não estão enfrentando corretamente o problema. Após esse tempo todo, eles permanecem sem vontade de conduzir uma investigação”, disse ela.
