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Campeã olímpica mais velha ainda viva completa 99 anos de idade

Húngara Agnes Keleti fez história ao conquistar 4 medalhas de ouro na Ginástica Artística. Em quase um século de vida, Keleti tem muito a comemorar

Por Aécio de Paula em 09/01/2020 13:45 - Atualizado há 4 anos

Reprodução: YouTube

A história eternizada em uma pessoa. É assim que Agnes Keleti é conhecida na Hungria ou onde quer que vá. Trata-se da mais antiga campeã olímpica ainda viva. Nesta quinta-feira (9) ela completa 99 anos de idade. Em quase um século de história, a ex-ginasta tem no currículo a sobrevivência do duro processo do holocausto nos anos de 1940. Depois de muitas histórias, boas e más, Keleti esbanja alegria por onde passa.

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“Passado? Vamos falar sobre o futuro “, respondeu Keleti em entrevista concedida para um jornalista da agência de notícias AP. “Isso é o que deve ser bonito. O passado é passado, mas ainda há futuro”, disse a ex-ginasta. Mas depois da insistência do jornalista, ela resolveu falar sobre as suas conquistas. “Não são as medalhas que são significativas, mas as experiências que as acompanham”, cravou.

A mistura de lucidez com esperança fez a marca de Keleti nas últimas décadas. Algo que surpreende. Isso porque a vida da ex-atleta nunca foi tão fácil. Parte de sua família foi dizimada durante o holocausto. Aliás, a própria Keleti só sobreviveu porque adotou uma identidade falsa. Estima-se que cerca de 500 mil judeus húngaros foram assassinados em campos de extermínio nazistas.

Nas Olimpíadas

Keleti não é só a mais antiga atleta campeã olímpica viva. Ela é também uma das maiores vencedoras da história dos Jogos Olímpicos. Nas três edições em que esteve presente, a atleta conquistou 8 medalhas. Destas 8 medalhas, foram 4 douradas. Além delas, a húngara conquistou ainda 3 pratas e 1 bronze. Dessa forma, ela é uma das atletas judias com mais medalhas da história. Ela só está atrás de Mark Spitz e Dara Torres entre os atletas judeus nos Jogos Olímpicos.

Das 4 medalhas olímpicas que conquistou, três foram em aparelhos individuais. Foram eles a trave de equilíbrio, o solo e barra. A outra medalha que conquistou veio portanto na competição por equipes. Ela esteve presente nos Jogos Olímpicos de Londres em 1948, Helsinque em 1952 e Melborne, em 1956. Mas os títulos olímpicos só vieram nestes dois últimos.

Críticas

Na entrevista concedida para a AP, Keleti afirmou que não tem motivos para reclamar da vida. De acordo com ela, o principal ensinamento que as pessoas podem passar para as crianças é a alegria de viver. Mas ela não está alheia ao mundo esportivo. Segundo ela, há um erro em colocar uma pressão na forma de exercícios exaustivos sobre jovens atletas.

“Isso não é bom”, disse Keleti. “Exercícios de ginástica difíceis prejudicam seu desenvolvimento. Não deve ser iniciado cedo. Sem mencionar que, em primeiro lugar, são as mentes das crianças que devem ser desenvolvidas, não seus corpos”, completou na entrevista.

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