Presidente do COI diz que Irã prometeu “parar de violar Carta Olímpica”

O Irã vive um turbilhão neste começo do ano. O país esteve envolvido em uma grande tensão militar com os Estados Unidos nas últimas semanas. Além disso, no esporte tem enfrentado deserções de atletas e risco de punições internacionais. Nesta quarta-feira (15), o presidente do COI, Thomas Bach, disse que recebeu uma carta aberta do país. Nesta carta, eles prometeram “parar de violar a Carta Olímpica”.

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A chamada Carta Olímpica é um conjunto de regras internacionais para o esporte. O documento foi escrito por vários nomes importantes do esporte mundial. Entre eles, o próprio Thomas Bach, que foi campeão olímpico de esgrima. O Irã teria desrespeitado algumas dessas regras. Isso teria acontecido, por exemplo, quando o país proibiu seus atletas de enfrentarem israelenses no judô. Os dois países são considerados inimigos históricos no plano da política internacional.

O país correu risco portanto de ser suspenso de competições do COI. Os Jogos Olímpicos de Tóquio são um exemplo disso. Mas, de acordo com Bach, o banimento não vai acontecer. Justamente por causa da carta recebida pelo país. Nela, os iranianos se comprometem a não mais violar artigos da Carta Olímpica. Ainda de acordo com Bach, a carta iraniana foi assinada pelo ministro do esporte do Irã, Masoud Soltanifar e pelo presidente do Comitê Olímpico Iraniano (NOCIRI), Seyed Salehi.

Segunda vez

Mas esta não é a primeira vez que o Irã se compromete a cumprir a promessa. Isso porque em maio do ano passado o país já tinha enviado uma carta ao COI. Aquela carta também foi enviada para a Federação Internacional de Judô (IJF). Nela, o país se comprometia a não violar mais os artigos da Carta Olímpica. Naquele momento, o país afirmou que não seguiria com a política de boicote para os atletas israelenses.

No entanto, mesmo depois da promessa do ano passado, o boicote teria voltado a acontecer. Foi no campeonato Mundial de Judô. O atleta iraniano Saeid Mollaei teria sido instruído a se retirar da competição. Isso porque o chaveamento o colocou de frente com um israelense na categoria até 81kg.

Quem fez a denúncia foi o próprio atleta do Irã. Isso porque ele ficou claramente chateado por não dar sequência na sua campanha do Mundial da modalidade, que foi realizado no Japão.

História antiga

Seja como for, a relação do Irã com Israel é uma história que vem de muito tempo. Desde a Revolução Islâmica, em 1979, o Irã não reconhece Israel como um estado. A relação política contaminou profundamente as relações esportivas. O aiatolá Ali Khamenei, que é o líder supremo do país, costuma elogiar repetidamente os atletas que se recusaram a enfrentar adversários de Israel.

Recentemente, a única campeã olímpica do Irã desertou do país fazendo duras críticas ao regime iraniano. Kimia Alizadeh, do taekwondo, conquistou a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Ela disse que não queria mais fazer parte da “hipocrisia, mentira e injustiça do regime”.

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