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Clássico sem as multidões

Maiores rivais estaduais antes da era Mineirão, América e Atlético se encontram pela sétima vez na decisão valendo desempate

Por Cláudio Arreguy em 13/05/2021 20:53 - Atualizado há 3 anos

Reprodução

 

Antes da inauguração do Mineirão, em 1965, os principais rivais do futebol mineiro eram Atlético e América. O Cruzeiro, uma força emergente, iria se consolidar a partir dali, passando a ser o maior adversário doméstico do Galo e relegando o Coelho a segundo plano. De quebra, exibiria inúmeros craques e conquistaria vários títulos expressivos nacionais e internacionais.

Mas o panorama mudou nos últimos anos, com dois movimentos inversos. Em um, o crescimento americano, alicerçado em responsabilidade financeira, aproveitamento eficiente da base e bom trabalho do técnico Lisca. No outro, a derrocada celeste, misto de irresponsabilidade e falcatruas financeiras, que invadiu o campo, deu ao clube a fama de caloteiro e jogou o time na Série B do Brasileiro, de onde não conseguiu sair na primeira tentativa.

Enquanto isso, o Atlético, mesmo com a maior dívida hoje do futebol brasileiro, tem investido pesado em busca de títulos de expressão, com os aportes polpudos de um grupo de empresários milionários. Pois é esse Galo ambicioso no mercado que disputa com o ascendente Coelho a decisão do 117º Campeonato Mineiro neste domingo, 16 de maio, no Independência, e no sábado 22, no Mineirão.

As finais de 2021 valem um desempate: em toda a história, apenas em seis edições alvinegros e alviverdes brigaram pela taça no último capítulo. E cada um levou a melhor três vezes nesse confronto. Lamentável é que o chamado Clássico das Multidões só possa resgatar em parte a rivalidade do passado, porque lhe falta justamente a metade do epíteto. A pandemia do coronavírus impede a presença das torcidas nos estádios.

A primeira decisão entre Galo e Coelho, em 1948, não era uma final propriamente, mas o jogo pela última rodada em que ambos poderiam ser campeões. O América venceu por 3 a 1 em seu estádio, a Alameda abarrotada, com uma polêmica que entrou para o folclore do futebol mineiro. No terceiro gol, a bola chutada por Murilinho estaria se encaminhando para a linha de fundo, mas, ao bater na perna de um guarda, entrado na meta. Em décadas longínquas do VAR, Mr. John Barrick, árbitro inglês, validou o lance.

Dez anos depois, o Atlético deu o troco. Venceu ambos os jogos finais por 1958 por 1 a 0, no Independência. Eles só voltariam a decidir o Mineiro 41 anos depois, em 1999, no Mineirão. Houve empate sem gols no primeiro jogo e, no segundo, o 1 a 0 para os alvinegros teve polêmica: Marques foi derrubado ou não por Rui Cabeção dentro da área? Pênalti marcado, Lincoln fez o gol da conquista atleticana.

Duas temporadas depois, 2001, de novo no Mineirão, o América venceu a primeira partida de goleada: 4 a 1. Na segunda, mais polêmica, com tons de pastelão. Ambos os times reivindicavam o túnel em que costumavam ficar quando enfrentavam outros adversários. O jogo acabou atrasando. Nele, o Atlético fez 3 a 0 e estava sendo campeão por ter melhor campanha, mas Alessandro fez mais do que o gol de honra do Coelho: com o 1 a 3, carimbou o título.

O Mineiro de 2012 foi o primeiro decidido inteiramente no novo Independência, reconstruído em forma de arena no pacote de obras para a Copa de 2014. Na partida inicial, houve empate por 1 a 1. Na segunda, o Galo fez 3 a 0, mas os americanos reclamam até hoje de pênalti a seu favor quando o placar estava em branco.

Finalmente em 2016, a decisão começou no Independência. O lateral-esquerdo Danilo Barcelos, que estava no banco e entrou ainda no primeiro tempo, marcou duas vezes para o Coelho. Lucas Pratto descontou no fim: 2 a 1. Uma semana depois, no Mineirão, o Atlético saiu na frente com Clayton. Mas o iluminado Danilo Barcelos, a seis minutos do fim, definiu o 1 a 1 que deu as faixas ao alviverde.

Para os dois próximos fins de semana, o Atlético de Cuca tem a vantagem de dois empates ou vitória e derrota pela mesma diferença de gols. E conta com mais jogadores decisivos. Já o América de Lisca, que se prepara para disputar a Série A do Brasileiro, aposta no elenco homogêneo, no conjunto mais entrosado e no fato de o rival estar envolvido também na reta final da fase de grupos da Libertadores.

Quem desempatará o confronto em finais? Se faltam as multidões que batizaram o clássico, emoções é que não deverão faltar.

 

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