Rogério Ceni critica horário de jogo do Paulistão: “desumano”
São Paulo venceu o Água Santa nesta segunda-feira (28), em partida que aconteceu às 15h, debaixo de muito sol na cidade de Diadema (SP)
Divulgação / Rubens Chiri/Saopaulofc.net
Em um jogo complicado, o São Paulo venceu o Água Santa pelo placar de 2 x 1. O gol da vitória saiu apenas nos minutos finais, com uma linda bicicleta de Calleri. Após a partida, o técnico Rogério Ceni fez duas críticas a decisão da Federação Paulista de Futebol, de marcar o confronto para às 15h desta segunda.
“Não pode aceitar vir jogar às 15h com 30 e tantos graus. É difícil você querer que seu time renda os 90 minutos. A Federação e até o próprio clube poderia ter um pouco mais de força para que esse jogo fosse feito à noite. Eu sei que aqui não tem refletores, mas como a maioria da torcida era são-paulina, poderia ser em outro lugar à noite ou talvez 17h, em um horário melhor para a gente, porque nessa temperatura é desumano você cobrar que o jogador renda fisicamente os 90 minutos”, declarou o treinador do São Paulo.
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Vale lembrar que a Arena Inamar, onde o jogo foi realizado, não conta com iluminação artificial. Dessa forma os jogos precisam ser disputados durante o dia.
Atuação de Luiz Flávio de Oliveira
Rogério Ceni também criticou a atuação da arbitragem no confronto. Inclusive até questionando a expulsão de Fernandinho, jogador do Água Santa.
“O árbitro picotou o jogo todo. Tenho dúvidas até da primeira expulsão deles, foi uma arbitragem que deixou o jogo mais lento do que provavelmente já seria por jogar nessa temperatura às 15h. Por natureza, já é um jogo mais amarrado. Você vê jogos às 11h que não caminham. Às 21h, o jogo caminha porque são 10 graus de diferença por temperatura, o jogo vai caminhar muito mais rapidamente.
Muito picotado o jogo, com faltas inexistentes para os dois lados. Não é nem reclamando a nosso favor não, mas é que o jogo tem que fluir, o árbitro tem que colaborar e ajudar para que o jogo tenha fluência.”
Estreias de Andrés Colorado e Moreira
Rogério Ceni falou também sobre as duas estreias que aconteceram no duelo contra o Água Santa.
“Sobre o Andrés, ele ainda via precisar de uma adaptação. Ele chegou e acho que fez quatro treinamentos comigo só. É um jogador com características que eu gosto, com bom passe, pode ajudar muito em bolas aéreas, tanto que no segundo gol é ele quem ganha a disputa de bola.
Sobre o Moreira, eu vi o Moreira jogar no sub-20 logo que eu cheguei no São Paulo. Gostei muito do Moreira quando fui lá em Cotia, vi vários jogadores. Me impressionou muito o Moreira pela regularidade, um jogador equilibrado, 50/50, sabe apoiar bem, mas sabe defender bem, é ambidestro, inteligentíssimo, um menino que tem desejo de vencer, gosta de treinar, escutar, aprender. Teve sua oportunidade hoje, acho que fez um bom jogo. Para um garoto de 17 anos, acho que é elogiável a postura dele dentro de campo hoje.”
Momento do São Paulo
Outro ponto abordado pelo treinador foi a atual fase do Tricolor.
“Hoje é uma equipe que corre mais riscos do que aquela [da reta final de Hernán Crespo]. Aquela invencibilidade era cercada por muitos empates, senão me engano eram vários empates. Esse time é um time que acaba perdendo jogos porque é um time que arrisca jogar muito mais do que aquele. São características distintas, mas é importante. Tivemos um grande jogo contra o Santos, um bom jogo contra o Campinense, em especial o primeiro tempo. E também tivemos oscilações, como no segundo tempo de hoje, que não foi bom, como no segundo tempo contra o Campinense, que caiu um pouco de intensidade depois de 16 finalizações no primeiro tempo.
Mas acho que é importante para dar confiança, assumir essa primeira posição. São mais quatro jogos e nós vamos precisar de pontos, tem dois clássicos seguidos, a Ferroviária está só a quatro pontos atrás, o São Bernardo tem a mesma pontuação, mas saldo de gols pior. Então era importante hoje que a vitória viesse, mesmo jogando às 15h, em um campo com um gramado até bom de se jogar, mas não pode aceitar vir jogar às 15h com 30 e tantos graus. É difícil você querer que seu time renda os 90 minutos.
A Federação e até o próprio clube poderia ter um pouco mais de força para que esse jogo fosse feito à noite. Eu sei que aqui não tem refletores, mas como a maioria da torcida era são-paulina, poderia ser em outro lugar à noite ou talvez 17h, em um horário melhor para a gente, porque nessa temperatura é desumano você cobrar que o jogador renda fisicamente os 90 minutos.”

