Jair Bolsonaro responde se prefere Remo ou Paysandu
Além de falar sobre Remo e Paysandu, o presidente Jair Bolsonaro criticou o ministro Alexandre de Moraes, do STF, e projetou as eleições que ocorrem no segundo semestre de 2022
Alan Santos/Planalto
O presidente Jair Bolsonaro é também conhecido por gostar de futebol e já ter vestido a camisa de vários clubes do futebol brasileiro durante os quatro anos de mandato (2019 a 2022) para os quais foi eleito. Em entrevista ao Grupo Liberal, o mandatário falou brevemente sobre a rivalidade entre Clube do Remo e Paysandu.
O clássico paraense é o duelo mais jogado no mundo. Recentemente, as equipes protagonizaram a final do Campeonato Estadual, e o time azulino ficou com o título.
Ao dizer qual time prefere, Bolsonaro preferiu se manter neutro. “Nem Remo e nem Paysandu, não vou arranjar encrenca com nenhuma das grandes torcidas do Pará”, declarou.
Bolsonaro fala sobre as eleições de 2022
Pré-candidato à reeleição, Jair Bolsonaro praticamente confirmou que o ministro da defesa, Walter Braga Neto, será o vice-presidente da chapa
“O meu vice atualmente (Hamilton Mourão) é um general de exército. Então pode ser que eu continue com um outro general. Isso dá credibilidade e respeitabilidade à nossa chapa. 90% Braga Neto. Está fechado”.
Cobranças ao STF
Jair Bolsonaro também fez cobranças ao Supremo Tribunal Federal (STF). O motivo foi uma declaração do ex-presidiário Lula num evento realizado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT).
“Se a gente pegasse, mapeasse o endereço de cada deputado e fosse 50 pessoas para a casa desse deputado. Não é para xingar não, é para conversar com ele, com a mulher dele, com o filho dele, incomodar a tranquilidade dele. Eu acho que surte muito mais efeito do que a gente vir fazer manifestação em Brasília”, disse o petista.
A fala incomodou Jair Bolsonaro. Na visão do presidente da República, a manifestação de Lula afeta os princípios da democracia.
“Isso não é de agora que o PT pretende fazer. É pela intimidação. Ou seja, eles estão certo, tem que fazer o que eles querem se não vão atazanar a vida da tua família. Isso é uma interferência, um crime”, afirmou.
Bolsonaro também questionou Alexandre de Moraes, ministro do STF. “Isso é um ato antidemocrático. Vai ficar quieto?”, prosseguiu.
Liberdade de expressão
O presidente da República ainda falou sobre liberdade de opinião e de informação. E citou, indiretamente, o Artigo 5° da Constituição Federal que assegura tais direitos.
“O Brasil não tem carência de leis. A própria Constituição nos garante a liberdade de expressão. Você vê o Lula falando, várias vezes, que quer regulamentar a imprensa e as mídias sociais no Brasil”, continuou.
“O que é verdade pra mim e não é para outro? Quem vai ser o checador, dizer que a matéria é mentirosa ou não? Então isso não tem que ter limites. Liberdade de expressão não tem limite”, observou Bolsonaro.
Bolsonaro questiona prisão de deputado Daniel Silveira
Em 2021, o deputado Daniel Silveira publicou um vídeo nas redes sociais em que, expressamente, admitiu que duvidava do caráter dos então ministros que compunham o STF.
O conteúdo irritou Alexandre de Moraes que, de forma monocrática, decretou a prisão em flagrante do parlamentar. Bolsonaro discordou da decisão. Para tanto, citou o Código Penal.
De acordo com o dispositivo legal, as punições para os crimes de calúnia e difamação são indenizatórias. Ou seja, quem ofendeu deve pagar uma certa quantia financeira à vítima.
“Por mais errado que esteja o Daniel Silveira, ele falou muita coisa ofensiva, mas a pena dele não pode ser cumprir (prisão) preventivamente”, opinou Bolsonaro.
Combate à pandemia
Eleito em 2018 para quatro anos de mandato (2019 a 2022), Bolsonaro teve que encarar o imprevisto da pandemia da covid-19. O presidente relembrou o que disse quando a doença chegou ao Brasil.
“Eu tinha poderes pra fechar o Brasil todo e não fechei uma só casa de comércio. Bati na tecla de que devíamos combater o vírus e o desemprego que também mata”, destacou.
O servidor público também observou que o STF interferiu nas ações do Poder Executivo.
“Eles interferem em tudo o que se possa imaginar, até quando eu quero nomear uma pessoa pra um cargo comissionado”, alfinetou Bolsonaro.
“(Em 2020), Eles decidiram que a condução da pandemia era concorrentes, ou seja, eu presidente da República, governadores e prefeitos. E sempre valia a decisão mais restritiva”, falou.
Avaliação do mandato
Bolsonaro concluiu avaliando os quatro anos de mandato. “Eu peguei o Brasil com sérios problemas éticos, morais e econômicos. Em 2019, conseguimos avançar bastante. Aprovamos muita coisa que ajudou o mercado como, por exemplo, a lei da liberdade econômica”, finalizou.
Assista à entrevista de Jair Bolsonaro e à repercussão:


