Home Basquete O “Efeito Chris Paul”: armador quebra recorde de vitórias por onde passa

O “Efeito Chris Paul”: armador quebra recorde de vitórias por onde passa

Jogador ajudou a transformar as equipes nas quais passou em times vencedores

Por Thais May Carvalho em 12/04/2022 08:11 - Atualizado há 3 anos

Foto: Michael Gonzales/NBAE via Getty Images

Com o fim da temporada regular de 2021-2022 da NBA, Chris Paul atingiu mais uma marca histórica em sua carreira. Ele é o único jogador da liga que conseguiu ajudar quatro equipes diferentes a estabelecerem o recorde de vitórias da franquia em uma temporada.

Em 2007-2008, o New Orleans Pelicans teve um recorde de 56-26. Em 2013-2014, o Los Angeles Clipper conseguiu um recorde de 57-25. Em 2017-2018, o Houston Rockets conquistou 65 vitórias e 17 derrotas. E nesta temporada, o Phoenix Suns venceu 64 dos 82 jogos disputados.

O tal “Efeito Chris Paul”, que traz consigo vitórias por onde passa, fica bastante evidente ao analisarmos os recordes das temporadas antes, durante e após a sua passagem por cada um dos times onde atuou.

NEW ORLEANS HORNETS

Chris Paul foi draftado pelo New Orleans Hornets em 2005. Mesmo com o time estando longe de casa (os Hornets tiveram que jogar em Oklahoma por conta das devastações do Katrina), em seu ano de calouro, Paul venceu o prêmio de Rookie of the Year e ajudou New Orleans a ganhar 38 jogos, uma melhora significativa em relação à temporada anterior, quando a equipe teve seu pior desempenho, vencendo apenas 18 partidas. Por conta de uma lesão, em 2006-2007 Chris Paul perdeu bastante tempo e o time terminou em último no Oeste.

Porém, na temporada seguinte, quando os Hornets finalmente voltaram para New Orleans, a equipe conseguiu 56 vitórias e 26 derrotas, o que é, até hoje, o melhor recorde da franquia. Nesta campanha, Paul liderou a NBA em assistências e roubos pela primeira vez na carreira, além de estrear no All-Star Game e no All-NBA First Team. Apesar de ter a segunda melhor campanha do Oeste, o time perdeu para San Antonio na semifinal da conferência. O armador jogou mais três anos em New Orleans, mas, apesar dele se estabelecer como um jogador de elite, a equipe não terminou acima da sétima colocação e não passou da primeira rodada da pós-temporada. Após a saída de Paul, o time não se classificou aos playoffs por três anos, terminando sempre entre os quatro piores times da conferência, com menos de 34 vitórias.

LOS ANGELES CLIPPERS

 

Crédito foto: Stephen Dunn/Getty Images

Antes da temporada de 2011-2012, os Hornets trocaram Chris Paul para o Los Angeles Clippers, que havia vencido só 32 jogos na temporada anterior. Esse foi o começo de anos de sucesso para o trio composto por Paul, Blake Griffin e DeAndre Jordan. Em uma temporada mais curta, eles venceram 40 de 66 jogos, levando a equipe aos playoffs pela primeira vez em seis anos. Nas próximas cinco temporadas, os Clippers venceram mais de 51 jogos em todas elas, ficando sempre entre os quatro melhores times da conferência.

O melhor ano foi 2013-2014, quando Los Angeles terminou com um recorde de 57-25, quebrando o recorde de vitórias da franquia que havia sido estabelecido no ano anterior. Apesar do sucesso na temporada regular, o time ou era eliminado no primeiro round dos playoffs, ou então nas semifinais do Oeste. Nesses anos com os Clippers, Paul liderou a NBA duas vezes em assistência e três vezes em roubos, além de ser eleito a três All-NBA First Teams e seis All-Stars. No primeiro ano após sua partida, Los Angeles não foi aos playoffs e também nunca mais venceu mais do que 49 jogos, apesar do sucesso com Paul George e Kawhi Leonard.

HOUSTON ROCKETS

Crédito foto: Bill Baptist/NBAE

Diferentemente do que havia acontecido em New Orleans e Los Angeles, quando Chris Paul chegou a Houston em 2017, a equipe já estava em ascensão, tendo vencido 54 jogos ou mais em três das quatro temporadas anteriores, e chegando a cinco playoffs consecutivos. Porém, em sua breve passagem pelos Rockets, o armador conseguiu melhorar ainda mais a eficiência da equipe.

Em 2017-2018, Houston venceu 65 jogos e perdeu apenas 17, algo que nunca havia acontecido nos 50 anos da franquia, e não se repetiu desde então. Naquela temporada, os Rockets tiveram o melhor recorde, o melhor ataque e a sétima melhor defesa da NBA. O time chegou até a final do Oeste (algo inédito para Paul), mas o Golden State Warriors levou a melhor. A temporada seguinte foi marcada por confusões e uma lesão para o armador, mas o time mesmo assim venceu 53 partidas e foi até a semifinal da conferência. Paul chegou a assinar um contrato para ficar em Houston, mas acabou saindo do time, cujo desempenho foi caindo ano a ano desde então.

OKLAHOMA CITY THUNDER

Crédito foto: Omar Rawlings/Getty Images

O único time onde Chris Paul não ajudou a estabelecer o recorde de vitórias da franquia foi o Oklahoma City Thunder. Mesmo assim, o armador teve um importante papel no único ano em que atuou por lá. Ao ser trocado por Russell Westbrook, em julho de 2019, Paul assumiu o papel de veterano em OKC, e ajudou a jovem equipe a chegar aos playoffs, com 44 vitórias e 28 derrotas, ficando em quinto na conferência e indo à pós-temporada. Nos dois anos após a saída de Paul, o Thunder não venceu mais do que 24 partidas.

PHOENIX SUNS

Crédito foto: Bart Young/NBAE via Getty Images

Ao final de 2020, Chris Paul foi trocado novamente, dessa vez para o Phoenix Suns. O time do Arizona não chegava aos playoffs há dez anos, e em apenas uma dessas temporadas a equipe teve uma campanha com mais vitórias do que derrotas, e isso havia acontecido em 2013-2014. No primeiro ano do armador em Phoenix, o time venceu 51 das 72 partidas disputadas (17 a mais do que no ano anterior), conquistando o segundo lugar no Oeste e uma vaga nos playoffs. Com o sucesso da parceria entre Paul, Devin Booker e Deandre Ayton, os Suns chegaram até a final da NBA pela primeira vez desde 1993, mas foram derrotados pelo Milwaukee Bucks. 

No entanto, a temporada regular de 2021-2022 foi ainda melhor para Phoenix. O time conseguiu 64 vitórias, superando o recorde da franquia, que era de 62, o que garantiu o melhor desempenho da liga. Apesar de ter perdido tempo por conta de lesão, o camisa 3 voltou a ser o líder de assistências da NBA pela primeira vez desde 2015. A única coisa que falta para coroar a carreira vitoriosa de Chris Paul é o anel de campeão.

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