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Fórmula 1: Além de Hamilton, confira outras polêmicas de Nelson Piquet

Piquet foi acusado de racismo nesta semana, porém o brasileiro tem uma série de polêmicas em sua vida profissional; saiba mais

Por Bruno Bravo Duarte em 30/06/2022 03:05 - Atualizado há 2 meses

Piquet
Piquet

O heptacampeão Lewis Hamilton foi mais uma vítima do tricampeão Nelson Piquet. O ex-piloto, que é sogro do holandês Max Verstappen, não poupou o britânico da Mercedes e o chamou de “neguinho” em uma entrevista que gerou repercussão nesta semana.

“O neguinho meteu o carro e não deixou (Verstappen desviar). O neguinho deixou o carro porque não tinha como passar dois carros naquela curva. Ele fez de sacanagem”, disse Piquet ao jornalista Ricardo Oliveira.

Nelson foi acusado de racismo e esta não é a primeira polêmica que envolve o nome do ex-piloto. Outros personagens do circo da Fórmula 1 foram alfinetados por ele, como é o caso de Ayrton Senna. Vamos recordar?

Nelson Piquet vs Ayrton Senna

A principal vítima de Nelson Piquet foi o também tricampeão Ayrton Senna, morto em um acidente no Grande Prêmio de San Marino, realizado em Imola em 1994. O desafeto aconteceu no final dos anos de 1980, quando Piquet estava em final de carreira e Ayrton despertava como um grande fenômeno nas pistas. Esta rivalidade repercutiu em vários aspectos.

Sexualidade

Ayrton Senna tentou se aproximar de Nelson Piquet no início de sua carreira, porém o então novato não foi bem recebido pelo piloto, que já era bicampeão mundial. As disputas cresciam em duelos nas pistas e desta forma, Ayrton alfinetou Piquet em 1987, após assinar contrato com a McLaren.

Recém campeão com a Williams, Nelson teria dois anos difíceis com a tradicional equipe Lotus, que estava em declínio. A parceria entre Honda e o time de Colin Chapman rendeu resultados razoáveis em 1988. No ano seguinte, a Lotus apostou em uma outra motorização e encontrou uma série de obstáculos com o motor Judd.

Por outro lado, a carreira de Ayrton estava em expansão. O brasileiro tinha assinado com a McLaren, que era a equipe favorita ao título em 1988.

Após a temporada, Senna optou em desaparecer por um período de tempo e o seu sumiço atraiu a atenção da mídia, que estava mais interessada na ausência do piloto do que no tricampeonato de Nelson Piquet. Após repercussão, Ayrton retornou e declarou que fez um favor a Nelson, que poderia aparecer mais com a sua ausência.

Inconformado, Piquet solicitou uma entrevista ao Jornal do Brasil e questionou as preferências sexuais de Ayrton Senna.

“Pergunta para ele (Senna) por que ele não gosta de mulher“, rebateu.

O melhor

Os torcedores especulam teses e teorias acerca dos dois tricampeões. Recordes de Ayrton na chuva e um bicampeonato de Nelson na Brabham, que não era o melhor carro costumam gerar embates calorosos.

Para o polêmico ex-campeão, o melhor piloto foi um francês. “Senna é o melhor piloto? P**** nenhuma! Melhor é o Prost, que é tetracampeão.” disparou em uma entrevista.

Em outro bate-papo com a imprensa, o carioca apelou e utilizou a morte de Ayrton para analisar os dois.

“Um jornalista me pediu para dizer com sinceridade quem era melhor, eu ou Senna. Respondi: “estou vivo”.

Ultrapassagem

Nelson Piquet é considerado um dos grandes pilotos que passaram pelo circo da Fórmula 1. Com foco na mecânica, o brasileiro conquistava os seus resultados através dos carros que eram preparados por ele. Nas pistas, Nelson costumava ser menos arrojado do que Ayrton Senna.

No GP da Hungria realizado em Hungaroring, em 1986, Piquet ultrapassou Senna, naquela que seria considerada a ultrapassagem mais bonita da história da Fórmula 1.

um “drift” de Nelson Piquet em cima de Ayrton Senna

Freei uns 30, 40 metros além do que eu precisava, vim com o carro escorregando nas quatro rodas… Mandei um gesto bacana” debochou o piloto, que encerrou a frase com uma palavra de baixo calão.

O desafeto com Nigel Mansell

O britânico Nigel Mansell conviveu com Nelson Piquet durante dois anos na Williams, em 1986 e 1987. Os dois disputaram o título mundial, porém Nelson se sagrou campeão como segundo piloto, em uma equipe inglesa..

Para conquistar o campeonato, o brasileiro precisou traçar metas, jogar com o psicológico do Leão e buscar aliados na equipe, que denunciavam as estratégias do primeiro piloto.

Mulher feia

Nigel Mansell chegou à Fórmula 1 com o apoio da esposa, Roseanne Mansell. Ela vendeu um imóvel da família para investir no sonho, do então namorado. O casamento foi alvo de críticas e piadas por parte de Nelson Piquet.

“Qual é a grande diferença entre o Mansell e eu? São muitas… Ele joga golfe, eu jogo tênis. Ele gosta de mulher feia, eu gosto de mulher bonita. E eu ganhei três campeonatos do mundo, ele perdeu três.” disparou em uma ocasião.

O idiota veloz

O piloto inglês ganhou o apelido de “Il Leone”, ou o Leão ao assinar com a Ferrari no final da década de 1980. A referência ao rei das selvas estava associada ao estilo arrojado de Nigel Mansell. Em contrapartida, o britânico era afobado e por isso perdeu alguns títulos em sua carreira, dois destes para brasileiros.

Mansell se acidentou nos treinos para o Grande Prêmio do Japão em 1987, o que abriu portas para o tricampeonato de Nelson Piquet. Em 1991, o Leão tentou ultrapassar Ayrton Senna no mesmo circuito e terminou na caixa de brita. Senna conquistava o seu terceiro título.

Sobre o desempenho de Nigel, Piquet foi enfático. “Mansell é um idiota veloz”, declarou em entrevista à imprensa brasileira.

Comentários sobre Alain Prost

A rivalidade entre Nelson Piquet e Alain Prost foi de menor intensidade, já que o francês mantinha uma postura contra Ayrton Senna. A briga entre os dois começou em 1989, quando o brasileiro descumpriu um acordo de ultrapassagens no Grande Prêmio de San Marino.

No final da temporada, Senna e Prost brigavam pelo título na penúltima corrida, que foi realizada em Suzuka no Japão. O futuro do brasileiro foi decidido em uma colisão provocada pelo francês. Ayrton retornou para a pista, trocou a asa dianteira nos boxes e fez uma corrida impecável. Venceu a prova após ultrapassar o italiano Alessandro Nannini.

Enquanto Senna lutava pelo título, Prost estava no escritório do presidente da FIA, Jean Marie Balestre. Os dois conseguiram desclassificar o brasileiro e desta forma, o francês conseguia o terceiro dos seus quatro títulos.

A rivalidade foi mantida na temporada seguinte e o campeonato também foi definido no Japão, desta vez com Senna provocando um acidente na primeira curva do circuito de Suzuka.

O destruidor de casamentos

A principal acusação de Piquet contra Prost estava associada aos casamentos. De acordo com o brasileiro, o francês costumava destruir o matrimônio de pessoas que estavam no circo da Fórmula 1.

“Não tenho respeito nenhum pelo Prost, a vida pessoal dele, as coisas que ele fez lá… Não tem valor nenhum. Você tem de ver o todo, não só o piloto.— Eu brinco com ele porque ele destruiu dois ou três casamentos na F-1 , e eu chamo ele de “grande porco”, mas sempre fomos amigos, até hoje. Lutamos pelos títulos.” justificou Piquet em uma entrevista.

Opinião de Nelson Piquet sobre o funeral de Ayrton Senna

O funeral de Ayrton Senna, no mês de maio de 1994, contribuiu para críticas. Em entrevista ao Programa Cara a Cara, que era apresentado por Marília Gabriela, Piquet alegou que não compareceu ao sepultamento por não ser amigo de Ayrton e aproveitou o assunto para disparar contra Prost, que foi um dos pilotos que carregaram o caixão do brasileiro.

“A morte do Senna foi uma perda muito grande. Isso foi reconhecido pelos brasileiros. Mas vi muita política no meio, e não fui porque não suporto funeral e não posso hoje ter a cara, na minha personalidade, de fazer como o Prost fez, que brigou com o Senna até o último dia na Fórmula-1, e depois foi no dia do enterro. É a maior demagogia. Não me achei no direito de ir ao enterro. Nunca fui amigo, vou ao enterro para aparecer?”

Da esquerda para a direita; Ayrton Senna, Alain Prost, Nigel Mansell e Nelson Piquet

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