Ex-dirigente da CBF critica atual presidente: “Não tem projeto algum”
Walter Feldman ocupou cargo na entidade durante mandatos anteriores e fez críticas a Ednaldo Rodrigues
O ex-secretário-geral da CBF, Walter Feldman, fez críticas duras ao atual presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, que assumiu o cargo em julho do ano passado, após o afastamento de Rogério Caboclo por denúncias de assédio moral e sexual contra uma funcionária da entidade.
Em março, Ednaldo foi eleito de forma definitiva, com mandato até 2025, depois de ficar oito meses como interino. “Essa atual direção caiu de paraquedas e não tem nenhuma decantação histórica para estar no comando do futebol brasileiro”, afirmou Feldman, em entrevista à rádio Bandeirantes.
Ex-deputado estadual e federal, Feldman se aproximou do mundo do esporte no começo da década passada, quando atuou próximo aos comitês organizadores da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas do Rio de 2016. A proximidade com a gestão da CBF lhe rendeu o cargo de secretário-geral em 2015, que ocupou sob as presidências de Marco Polo del Nero e Rogério Caboclo, além do período interino de Antonio Carlos Nunes de Lima, o Coronel Nunes.
Ednaldo Rodrigues, por sua vez, foi presidente da Federação Baiana de Futebol entre 2001 e 2018, e era um dos vices da CBF eleitos juntos com Caboclo. Quando as denúncias contra o então presidente surgiram, em 2021, Ednaldo se descolou do dirigente e manobrou para assumir a presidência interina, com apoio da maioria das federações. Em março, foi eleito praticamente por unanimidade pelas federações e clubes das Séries A e B.
Para Feldman, a atual gestão não tem projeto e exagera nas críticas ao presidente anterior, de quem foi aliado. “Faz críticas ao passado porque não tem projeto algum para o presidente. Convivi com o Ednaldo e era uma figura de segundo escalão. Ele nunca teve uma presença marcante, elogiava a antiga gestão, me ligava para me cumprimentar quando eu dava entrevista, teve uma mudança total na postura e no comportamento”, disparou o ex-dirigente.
Feldman disse que saiu da CBF após a entrada de Ednaldo porque propunha ao presidente mais reuniões com os clubes a respeito da formação de uma nova liga – dois grupos de clubes têm discutido diferentes projetos nos últimos meses. “Quando o Caboclo caiu, eu batalhei para que os clubes da Série A fossem recebidos na CBF. Toda a direção era contra e o Ednaldo era contra. Eles não queriam que os clubes fossem recebidos, porque eles trariam a posição da liga. Mas eu achava que deveria recebê-los”, disse.
