Ex-dirigente do São Paulo critica o apelido Trikas: “Esse nome não dá força”

Em janeiro desse ano, o São Paulo apresentou o meia-atacante Nikão, que estava no Athletico-PR. O que era pra ser uma contratação normal, acabou gerando uma discussão entre os torcedores que se estende até hoje.

Na publicação em que Nikão segurava a camisa 10, o São Paulo adotou um novo apelido, o de “Trikas”.

“Nikão é o 10 do Trikas”, dizia a publicação.

O apelido seria uma alusão ao “Tricolor” e também ao “Tricampeão” (se referindo ao Mundial). Porém, o apelido só foi aprovado mesmo, em sua maioria, pelo público jovem. O torcedor mais velho, não gostou.

Quem se manifestou sobre isso foi o ex-dirigente do clube, Marco Aurélio Cunha. Em uma participação no podcast “Flow Sport Club”, ele foi perguntado sobre o apelido. De forma irônica, Marco Aurélio Cunha iniciou a sua resposta.

“Trikas é do c… né? Foi o primeiro palavrão que eu falei aqui”, disse ironicamente, dando risada.

“Pesquisa primeiro, analisa, antes de jogar no ar. Do mesmo jeito que podemos atrair os jovens com esse apelido, podemos tirar eles de vez também. Esse que é o problema. Tudo que é muito arriscado, você tem que pensar duas vezes”, diz o ex-dirigente.

Em seguida, Marco Aurélio Cunha completou o seu pensamento sobre o apelido, falando que para ele, o ruim desse apelido é que não da uma sensação de grandeza e força

“Eu acho que daqui 10 anos vão rir, falar que a gente é preconceituoso, mas não é nada disso. O São Paulo é um clube muito forte e esse nome não é um nome que dê força, que dê poder. Você pega todas as metáforas e hipérboles falando as coisas grandes do futebol, é ‘gigante’, ‘super’, ‘mega’… E esse nome diminui um pouco a força, eu acho. É a minha opinião”, finalizou Marco Aurélio Cunha.

Passagem de Marco Aurélio Cunha pelo Trikas

Marco Aurélio Cunha é um médico e dirigente esportivo. Ele iniciou sua trajetória no esporte na década de 70, como estagiário do departamento médico do São Paulo, ficando no clube até 1990. Depois disso, trabalhou no Bragantino, Guarani e em clubes do Japão, como médico.

Retornou ao Brasil em 1996 para ser dirigente. Foi diretor de futebol do Coritiba, Santos, Figueirense e Avaí, até ser contratado pelo São Paulo, em 2002. Como dirigente do Tricolor Paulista, permaneceu até 2008. Esteve na montagem do elenco do time campeão da Libertadores e do Mundial de Clubes, em 2005, além dos três títulos brasileiros, em 2006, 2007 e 2008.

Em 2008, deixou o futebol para ser vereador de São Paulo, e conseguiu ser eleito. Ele ficou no cargo de vereador até 2015, quando renunciou para ser coordenador de futebol feminino da CBF.