Copa do Mundo e F1: em 94, jogadores homenagearam Senna em comemoração do tetra
Piloto brasileiro foi uma grande referência para a Seleção Canarinho no mundial que foi realizado nos Estados Unidos
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Eram previstos dois tetracampeonatos em 1994. Pela Fórmula 1, Ayrton Senna estava na Williams, equipe que tinha dominado os dois anos anteriores. No futebol, a seleção brasileira vinha de um jejum de 24 anos e queria conquistar a taça da Copa do Mundo, nos Estados Unidos. Enquanto o piloto foi vítima de um acidente fatal, no dia primeiro de maio, o escrete nacional derrotou a Itália na final do torneio, em julho. Sem a presença física de Senna, o time comandado pelo técnico Carlos Alberto Parreira prestou uma bela homenagem e estendeu uma faixa com a mensagem: “Senna… Aceleramos juntos, o Tetra é nosso.”
Ayrton Senna não tinha muita intmidade com a bola, mas era um torcedor ardoroso do Corinthians. Em campo, o piloto deu o pontapé inicial em um amistoso entre Brasil e PSG, no dia 20 de abril, de 1994. Na ocasião, Ayrton cumprimentou todos os jogadores e pediu o tetracampeonato para o time comandado por Parreira. A delegação brasileira também desejou os mesmos votos ao brasileiro, que era tricampeão de Fórmula 1.
Ex-jogador do Paris St-Germain e um dos heróis da Seleção de 1994, Raí foi entrevistado pela Senna TV e comentou sobre as homenagens prestadas ao saudoso piloto.
“Aquele grupo ficou comovido com tudo que aconteceu e fizemos uma homenagem para ele. O símbolo daquele grupo era um grupo unido, com foco, sabendo o que quer e sabendo que tinha aquela necessidade de vencer, de colocar o Brasil de novo em primeiro lugar”, disse Raí. “Então, acho que tem muita coisa similar com o universo do Ayrton e por isso que aquela homenagem também ‘caiu certinho’ com o espírito dele, o jeito dele encarar o esporte e nós também como campeões do mundo”, explicou.
Senna não vivia um momento fácil na Williams. A equipe britânica estava sem os componentes eletrônicos, que fizeram com que o time dominasse as duas temporadas anteriores. Ayrton abandonou no GP do Brasil e sofreu uma colisão no circuito de Aida, no Japão. O Grande Prêmio de San Marino poderia ser sinônimo de redenação, mas um problema na barra de direção fez com que Ayrton sofresse um acidente fatal na curva Tamburello.
De acordo com o ex-zagueiro Ricardo Rocha, a tragédia de Ímola causou um grande impacto na população e na seleção, cuja garra e determinação foi inspirada nos Grandes Prêmios de Fórmula 1.
“Esses grandes atletas, não só foram grandes atletas, mas grandes homens. Não é só o atleta, porque eu conheço muita gente que ganha um pouquinho e fica meio marrento. Ele era um ídolo simples, um cara normal, que gostava do Brasil e que amava seu País. E o Tetra fica com uma mensagem que eu sempre digo – ‘ah, o Brasil teve 22 jogadores’. Eu acho que o Ayrton foi o 23º”, explicou o ex-jogador à TV Senna.
Por fim, o ex-atacante do Brasil, Bebeto, também realçou a importância do piloto no quarto título brasileiro.
“A gente tinha que ganhar esse campeonato. Não só para nós, mas para poder dar uma alegria para todos os fãs do Ayrton, que foi aquele cara que inspirou a seleção, que inspirou a todos nós. Era um cara muito dedicado e ele era muito determinado, muito focado nos seus objetivos. E outra coisa: um patriotismo nas veias. Ele amava o povo brasileiro e o povo brasileiro amava ele também. Então era uma oportunidade que poderia ter sido a última nossa e a gente tinha que conquistar esse título. Para dar essa alegria e estar dedicando para o Ayrton Senna”, disse.

