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Copa do Mundo: lista de técnicos que já comandaram o Brasil

Confira quem já comandou a Seleção Brasileira em quase um centenário dos Mundiais organizados pela FIFA, desde 1930

Por Marco Maciel em 17/09/2022 20:13 - Atualizado há 2 anos

Paulo Franken / Agencia RBS

O Brasil é a única seleção que disputou todas as edições da Copa do Mundo desde 1930. Em quase 100 anos de Mundiais, nosso escrete marcou presença nos 21 torneios, contando até o de 1934, quando disputou apenas uma partida. Assim, tivemos técnicos campeões que não foram bem sucedidos em Copas posteriores, o único profissional com quatro títulos mundiais no currículo, um adepto do futebol-arte que até hoje é celebrado mesmo sem ter ganho a competição, recordistas em clubes, entre outros. O Torcedores.com lembrará nossos técnicos por ordem cronológica.

Na primeira Copa do Mundo em 1930 no Uruguai, Píndaro de Carvalho foi o comandante. Zagueiro nos tempos de jogador, atuou na primeira partida da história do selecionado em 1914, na vitória sobre o Exeter City por 2 a 0. Quatro anos depois, Luiz Vinhaes dirigiu a equipe na única partida disputada pelo Mundial da Itália: derrota por 3 a 1 para a Espanha. Em 1938, na primeira grande campanha em Copas do Mundo, Ademar Pimenta conduziu o escrete ao terceiro lugar na França.

Técnicos na Copa do Mundo recordistas em clubes

Na derrota para o Uruguai em 1950, o técnico era Flávio Costa. Polêmico, foi quem mais dirigiu o Flamengo na história, com 777 jogos. Para a Copa do Mundo de 1954 na Suíça, Zezé Moreira comandou a Seleção Brasileira. Aliás, este também é recordista em número de partidas como técnico de um clube: 497 partidas pelo Fluminense. No primeiro título mundial brasileiro, Vicente Feola conduziu o selecionado na Suécia em 1958. Identificado com o São Paulo, é mais um a ser o detentor de marca difícil de ser batida no Tricolor Paulista: 532 jogos. Além disso, também comandou o Brasil na malsucedida campanha na Inglaterra, em 1966.

Irmão de Zezé Moreira, Aymoré Moreira foi o encarregado de comandar a mesma base de quatro anos antes na Copa do Mundo de 1962 no Chile, comemorando assim o bicampeonato. O tri viria com Mário Jorge Lobo Zagallo, que substituiu João Saldanha menos de três meses antes da estreia no Mundial do México em 1970. Único tetracampeão mundial, conquistou dois títulos como jogador (1958 e 1962), um como técnico (1970) e mais um como coordenador técnico (1994). Aliás, o Velho Lobo também estaria no comando da Seleção Brasileira nas edições da Copa do Mundo de 1974 (Alemanha Ocidental) e 1998 (França).

Preparador físico da comissão técnica de 1970, Cláudio Coutinho dirigiu a seleção canarinho na Argentina em 1978. Adepto de expressões pouco usuais como overlapping e ponto futuro, o treinador revoltou crítica e público ao preferir levar Chicão do que Falcão. Aliás, eternizou o título de campeão moral, já que o Brasil encerrou aquela Copa do Mundo em terceiro lugar de forma invicta, sendo eliminada da final por conta dos 6 a 0 da equipe da casa no Peru que até hoje geram suspeitas.

Telê: o que não foi campeão, mas que poderia ter sido

Se o futebol-arte de Telê Santana não foi campeão, azar da Copa do Mundo. 1982 que o diga. Nesse sentido, os gramados da Espanha viram a grande equipe brasileira encantar com um toque de bola irresistível que até hoje gera debates e divertidas conversas de botequim. Posteriormente, Telê regressaria quatro anos depois no México. Mas a Seleção Brasileira de 1986 não tinha o mesmo encanto da anterior.

Envolto por polêmicas, Sebastião Lazaroni foi o escolhido para ser o técnico em 1990, na Itália. Mesmo que não tivesse tanta experiência, o trabalho no Vasco no fim dos anos 80 foi suficiente para que fosse convidado por Ricardo Teixeira, recém-empossado como presidente da CBF. Assim, o técnico implementou o esquema 3-5-2, comum na Europa, mas não utilizado no Brasil, introduzindo o líbero e os alas. Mas a Argentina de Maradona e Caniggia atrapalhou os planos de Lazaroni.

Parreira e Felipão: campeões que não repetiriam o feito em Mundiais seguintes

Contestado pela torcida e pela crônica esportiva, que exigiam a volta de Telê, Carlos Alberto Parreira superou as constantes críticas. Desse modo, foi fiel às suas convicções de um futebol excessivamente pragmático e sem fantasias. Logo após passar sufoco nas Eliminatórias, celebraria o tetracampeonato nos Estados Unidos depois da dramática decisão por pênaltis contra a Itália, encerrando o incômodo jejum de 24 anos sem títulos. Parreira retornaria em 2006, na Alemanha, numa preparação circense que prejudicou o desempenho do super elenco levado para aquele Mundial.

Responsável por trabalhos memoráveis em Grêmio e Palmeiras nos anos 90, Luiz Felipe Scolari assumiria a Seleção Brasileira um ano antes da Copa do Mundo de 2002, na Coréia do Sul e no Japão. Dessa forma, o gaúcho, assim como Parreira em 1994, também classificaria o Brasil na última rodada das Eliminatórias. Então, Felipão implementaria a “Família Scolari”, não dando ouvidos ao clamor por Romário. Tal qual Lazaroni, procurou fechar a casinha atrás ao voltar com o 3-5-2 como esquema. E a campanha irretocável, a maior de todas as Copas, proporcionou o pentacampeonato através de sete vitórias em sete jogos. Felipão regressaria em 2014 no Brasil, na campanha manchada pelos 7 a 1 para os alemães.

Três gaúchos seguidos nas últimas Copas do Mundo

Campeão como jogador em 1994, Dunga estrearia como técnico justamente na Seleção Brasileira logo após a derrota em 2006, no ciclo que durou até a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul. Mesmo sem um futebol brilhante, apostando mais nos resultados, o capitão do tetra teve um ótimo aproveitamento nas competições que antecederam o primeiro Mundial no continente africano. Mas tudo foi por água abaixo com o fatídico segundo tempo diante da Holanda. Assim, o trabalho de Dunga na casamata é mais lembrado pelos atritos com Alex Escobar do que por qualquer outra taça erguida. Aliás, o treinador ignorou os apelos para levar Neymar e Paulo Henrique Ganso, que estouraram no Santos meses antes da Copa.

Por fim, Tite repetirá Zagallo e Telê Santana e será o terceiro técnico da Seleção Brasileira a permanecer por duas edições consecutivas da Copa do Mundo. Logo após o Brasil parar na Bélgica em 2018 na Rússia, o terceiro gaúcho seguido a dirigir o escrete canarinho em Mundiais terá a chance de, no Catar, buscar um destino diferente do que ocorreu no torneio anterior. Assim, esperamos que se encerre outro tabu duradouro, que em 2022 chegou a 20 anos. Enfim, que venha o hexa!

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