Curling: Sergio Villela, atleta da seleção brasileira de curling assume cargo na WCF
Brasileiro deixa cargo diretivos na CBDG para assumir direçãona World Curling Federation
Celine Stucki / WCF)
No último fim de semana, Sergio Mitsuo Vilela, diretor de curling da Confederação Brasileira de Desportos no Gelo (CBDG), assumiu um cargo de direção na World Curling Federation (WCF). Com isso, ele será o primeiro latino-americano a ocupar uma função diretiva na principal entidade do esporte no mundo.
Dias antes, Emílio Strapassoni, ex-presidente da CBDG, e Joe Cechinni, treinador da Nicole Silveira, tiveram os ingressos aprovados para os postos de integrantes, respectivamente, do conselho de desenvolvimento e do comitê esportivo de skeleton, da Federação Internacional de Bobsled e Skeleton (IBSF). Esse fato é importante, pois mostra o aumento da representatividade do Brasil nos esportes no gelo.
Vilela foi eleito como um dos novos diretores da WCF durante o congresso anual da federação, ocorrido em Lausanne, na Suíça. “A minha campanha e o meu compromisso são de trabalhar para tornar a Federação ainda mais inclusiva e sustentável”, disse. “Quero me engajar com os mais jovens, tornar os atletas juniores em mundiais embaixadores e participantes de um órgão consultivo, por exemplo. E equilibrar a visão de crescer no esporte.” Além dele, o encontro escolheu também o norte-americano Beau Welling como novo presidente do órgão.
História de Sergio Vilela no curling
Sergio foi apresentado à modalidade em 2010, durante o Jogos de Inverno de Vancouver. Seu primeiro contato com o jogo foi alguns meses depois e, desde então, não parou de praticar, sendo o atual terceiro lugar do torneio de duplas mistas e campeão por equipes do Campeonato Brasileiro de Curling. Antes de assumir cargo na direção da WCF, foi membro de dois conselhos dentro da entidade.
Confira abaixo o depoimento de Sergio Mitsuo Vilela após assumir o cargo na WCF.
“Sabe aquela sensação de ficar com medo de se beliscar e descobrir que ainda está sonhando? Estou assim desde que meu nome foi chamado para receber a medalha de “Diretor” da então Presidente Kate Caithness, sob forte aplauso dos representantes dos mais de 74 países membros da Federação Mundial de Curling.
Tudo o que ocorreu desde então (foto oficial, entrevistas e a primeira reunião da Diretoria) só foram contribuindo para este misto de orgulho e de humildade, sabendo que estou quebrando paradigmas como o primeiro latino-americano no Board da WCF.
A minha campanha e o meu compromisso é de trabalhar para tornar a Federação ainda mais inclusiva e sustentável.
Quero engajar com os mais jovens (já recebi várias sugestões, como TikTok oficial, tornar os atletas juniores em mundiais embaixadores e participantes de um órgão consultivo, por exemplo) e equilibrar a visão de crescer o esporte de maneira sustentável (novas tecnologias de refrigeração e hubs regionais, como a Arena Ice Brasil servindo de centro de treinamento para os países vizinhos até que eles atinjam massa crítica, por exemplo).
Termino o meu mandato de Diretor de Curling na CBDG com a sensação de dever cumprido e tenho certeza que o Ricardo Losso vai fazer um bom trabalho de maneira que, muito em breve, o Brasil vai não apenas conquistar as tão sonhadas vagas olímpicas e paralimpicas, mas chegar para disputar medalha.”
Brasileiros no bobsled e skeleton
Emilio Strapasson e Joe Cechinni foram escolhidos dentre 100 inscrições para as vagas nos comitês da IBSF. O primeiro é ex-presidente da CBDG e ex–atleta de skeleton. Esta é a segunda vez que é nomeado para o comitê. Já Joe é italiano e participou como atleta da modalidade dos Jogos Olímpicos de Inverno PyeongChang 2018.
“Os nomes, meu e do Joe, aceitos para o comitê refletem, para mim, o resultado do trabalho sério que a gente vem desenvolvendo nos últimos quatro anos. E a Nicole é um case de sucesso da IBSF porque ela teve um dos crescimentos mais rápidos que já se teve notícia na modalidade. Em menos de quatro anos saiu de aprender para ser uma das melhores pilotos do mundo. Isso mostra que a gente tem um trabalho sério, que é referência, e por isso meu nome foi levado em consideração para levar a visão de países que não são europeus para dentro da IBSF. Para ajudar novos países a entrarem no esporte e também desenvolverem o caminho. Não adianta só entrar, mas também o papel do comitê de desenvolvimento é ajudar quem entrou a mudar de patamar”, disse Emilio.

