Jogadoras exigem que dono de time feminino dos EUA venda o clube; entenda
Atletas pediram que proprietário do clube se desligue após os casos de abuso e assédio sexual
Divulgação/Chicago Red Stars
As jogadoras do Chicago Red Stars, time da National Women’s Soccer League (NSWL), exigiram que Arnim Whisler (proprietário do clube) venda sua participação da instituição depois das revelações sobre abuso e assédio sexual na Liga Nacional de Futebol Feminino.
O pedido foi feito, nesta segunda-feira (10), por meio de um comunicado, assinado por todas as jogadoras. A medida ocorre também após o conselho do clube aprovar a remoção de Whisler da presidência e proibi-lo de participar das decisões do time.
“Estamos unidos ao Conselho de Administração em sua decisão de remover Whisler da organização por completo e esperamos encontrar um novo proprietário majoritário que possa nos ajudar a perceber todo o potencial que nós, como jogadores, sempre soubemos que existia para este clube”, diz a declaração.
Vale destacar que, ontem, a NWSL comunicou a rescisão dos contratos de Amanda Cromwell (técnica do Orlando Prime) e do seu assistente Sam Greene. A demissão está relacionada à investigação da entidade em relação às acusações de abuso verbal e retaliações dentro dos vestiários do clube.
Casos de abuso na NWSL
A ex-procuradora-geral dos Estados Unidos e advogada, Sally Q. Yates, divulgou na última semana um relatório sobre as acusações de abuso na NWSL. Ela e o escritório King & Spaulding foram contratados pela US Soccer para investigar denúncias relacionadas à má conduta sexual e assédio no futebol feminino estadunidense.
O documento publicado revela que casos como importunação sexual e abusos psicológicos são sistêmicos na Liga de Futebol Feminino.
“Em mais de 200 entrevistas, ouvimos inúmeros relatos de discursos terríveis e degradantes, manipulação de poder, não evolução de rendimento e retaliações contra aquelas que tentaram se manifestar (…). Ainda mais perturbadoras foram as histórias de importunação sexual. As jogadores descreveram um padrão de comentários sexualmente carregados, avanços sexuais e toques sexuais indesejados e relações sexuais coercitivas”, aponta o relatório.

