Copa do Mundo: médicos criticam permanência de goleiro em campo após choque na cabeça
Goleiro iraniano se chocou com zagueiro e desmaiou em jogo contra a Inglaterra
Laurence Griffiths/Getty Images
O segundo duelo da Copa do Mundo entre Inglaterra e Irã trouxe uma reflexão acerca de lesões na cabeça e concussão. Em campo, o goleiro Ali Beiranvand, do time árabe, sofreu um choque com o zagueiro Majid Hosseini e ficou desacordado. O arqueiro acabou substituído, porém o atendimento e a permanência do jogador no Estádio Internacional Khalifa chamaram a atenção da classe médica.
“Uma total desgraça a permanência do goleiro iraniano! É irrelevante que ele tenha sido substituído depois, mesmo que poucos minutos. O primeiro teste do protocolo de concussão da Fifa e um fracasso”, criticou a ONG Headway, que atua com pacientes que possuem lesões cerebrais.
O neurocientista e gestor da Concussion Legacy Foundation, Chris Nowinski, também questionou o socorro prestado ao goleiro Ali Beiravand.
“O goleiro do Irã caiu depois de um choque de cabeças com seu companheiro. Foi liberado apenas para cair no chão minutos depois e pedir por uma substituição. A Copa do Mundo teve um começo desastroso no gerenciamento de concussão. Cria um exemplo que coloca dezenas de milhões de jovens jogadores em risco. Vergonhoso”, argumentou.
Já o neurologista brasileiro, Renato Anghinah, é especialista neste tipo de lesão e de acordo com o médico, a avaliação do arqueiro foi mal gerenciada em campo.
“É importante dizer que não precisa desacordar, apagar para configurar concussão. Se estiver tonto, desorientado, vertigem, dor de cabeça imediata. Tudo isso já caracteriza a concussão.”, informou em entrevista ao Jornal O Globo.

