Home Futebol Dinamarca “burla” regra da Fifa e estreia na Copa do Mundo 2022 com protesto no uniforme

Dinamarca “burla” regra da Fifa e estreia na Copa do Mundo 2022 com protesto no uniforme

Seleção dinamarquesa encontrou forma “alternativa” de se manifestar contra a violação aos direitos humanos no país-sede da Copa do Mundo 2022

Por William Nunes em 22/11/2022 14:26 - Atualizado há 3 anos

Lars Baron/Getty Images

A decisão de várias seleções europeias de não usar as braçadeiras em cores arco-íris, que eram uma forma de protesto contra a falta de direitos humanos no Catar, não foi aprovada por uma parcela considerável do público europeu. Contudo, a Dinamarca, que entrou em campo nessa terça-feira, encontrou uma forma alternativa de protestar.

A seleção da Dinamarca atuou diante da Tunísia com um uniforme todo vermelho, com exceção dos números, fazendo dessa forma uma crítica à violação aos direitos humanos no país que está sediando a Copa do Mundo nessa edição.

“Esta camisa leva consigo uma mensagem. Não queremos ser visíveis durante um torneio que custou a vida de milhares de pessoas. Apoiamos a seleção dinamarquesa o tempo todo, mas isso não é o mesmo que apoiar o Catar como nação anfitriã”, escreveu a fornecedora oficial do uniforme em suas redes sociais.

A decisão na verdade é antiga, com o movimento iniciado em novembro de 2021. A federação da Dinamarca anunciou, na época, que estamparia mensagens humanitárias no lugar dos patrocínios usuais.

“Há muito tempo, a DBU critica fortemente a Copa do Mundo no Catar, mas agora estamos intensificando ainda mais nossos esforços e um diálogo crítico para aproveitarmos o fato de estarmos qualificados para trabalhar por mais mudanças no país. Além disso, há muito tempo chamamos a atenção para os desafios que a FIFA e o Catar enfrentam e continuaremos fazendo isso”, falou Jakob Jensen, o presidente da Federação dinamarquesa de futebol.

Como a Fifa não proíbe protestos desse tipo, o uso da camisa vermelha pela Dinamarca acabou sendo uma forma eficiente e segura de se postar contra o que acontece no país sede da Copa do Mundo.

Decisão de não usar braçadeira em apoio a comunidade LGBTQ+ na Copa do Mundo foi duramente criticada

Momentos antes do jogo da Inglaterra, nessa segunda-feira (22/11), os países que iriam usar a braçadeira em apoio a comunidade LGBTQ+, decidiram cancelar a medida devido à ameaça da Fifa de punir com cartões amarelos quem usasse o espaço para fins políticos.  

Um dos que criticou a seleção inglesa e as outras que também recuaram da medida foi o jornalista Piers Morgan, que gravou há pouco tempo a entrevista polêmica com Cristiano Ronaldo:

“Eu não sou gay, mas se eu fosse, ficaria absolutamente furioso com essa reviravolta na braçadeira da FA. Zomba totalmente de toda a postura de ‘vamos falar sobre os direitos humanos no Catar em vez de boicotá-lo’.”, escreveu o jornalista em suas redes sociais.

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