Karine Alves desabafa sobre estética feminina no jornalismo esportivo: “Já fui muito cobrada”
Jornalista do Grupo Globo vem se destacando na cobertura da seleção brasileira na Copa do Mundo 2022 no Catar
Divulgação/SporTV
O tratamento à mulher na cobertura esportiva foi tema de debate na manhã desta quarta-feira (7), no programa Redação SporTV. Assim, a repórter Karine Alves, que está no Catar trabalhando na Copa do Mundo 2022 para o Grupo Globo, aproveitou os questionamentos da bancada da atração para fazer um desabafo.
Então, o jornalista inglês Tim Vickery fez uma pergunta para Karine Alves se aconteceu, no Catar, uma evolução quanto à forma pela qual as mulheres são aproveitadas no jornalismo esportivo. Nesse sentido, citou um fato ocorrido na imprensa colombiana em que utilizavam modelos para atraírem os jogadores para concederem entrevistas. Desse modo, a apresentadora Gabriela Moreira complementou que continua vendo no Brasil a mulher sendo tratada como uma “alegoria televisiva”.
Dessa forma, Karine Alves iniciou sua resposta dizendo que presenciou no Catar várias formas de valorização à mulher no sentido de capacidade e reconhecimento, e não de beleza. Portanto, considerou “democrático” o ambiente na cobertura da seleção brasileira, da qual a jornalista faz parte. “As mulheres que estão aqui, elas estão por competência, porque elas trabalharam para isso, pelo mérito delas e não beleza delas. A beleza ela pode vir junto. A gente não precisa se masculinizar para conseguir fazer de uma forma diferente e passar credibilidade”, opinou Karine Alves.
Karine Alves acredita que o respeito ao trabalho das mulheres no esporte está aumentando
Desse modo, a repórter afirmou que está acontecendo uma transformação social que acarreta num crédito maior ao trabalho feminino na Copa do Mundo 2022. “Nos bastidores, eu vejo que as meninas estão tendo reconhecimento de uma forma muito mais natural, se sentido muito mais confiantes e à vontade para fazer a cobertura”, declarou Karine Alves, acrescentando que as mulheres se sentem mais “abraçadas” pelo merecimento em estarem no Catar.
Karine Alves citou como exemplo próprio a música de Diogo Nogueira, muito ouvida pelos jogadores da seleção brasileira: “A vitória demora, mas vem”. Então abordou a questão estética, considerando que se sente menos exigida hoje em dia. “Já fui muito cobrada”, admitiu, prosseguindo: “Um monte de poréns que para mim nunca fez sentido. Mas a nossa essência de conteúdo, de competência, ela sempre esteve ali presente. Foi ela que fez a gente chegar onde a gente está hoje”, celebrou a jornalista.
Por fim, Karine Alves enxergou diferenças profundas com o tratamento destinado às mulheres na imprensa na Copa do Mundo de 2014, realizada no Brasil. Assim, opinou que enxergou uma pequena evolução em 2018, ainda que não tenha ido para a Rússia, mas que o respeito a elas aumentou consideralvemente em 2022. “Hoje a gente está conseguindo, de uma forma mais clara e transparente, passar para o povo daqui também que as mulheres, sim, têm a própria voz e elas querem colocar, acima de qualquer coisa, a sua competência e o seu conhecimento”, concluiu.

