Técnico da Coreia reclama da Fifa e vê Brasil beneficiado na questão física

O português Paulo Bento, ex-treinador do Cruzeiro em 2016 e atual comandante da Coreia do Sul, deixou claro o seu incômodo com o pouco tempo de preparação de sua equipe para o jogo desta segunda-feira, às 16h (horário de Brasília), contra o Brasil, no 974 Stadium, pelas oitavas de final da Copa do Mundo.

Na sexta-feira, a Coreia fez jogo duríssimo contra Portugal e conseguiu nos minutos finais a classificação ao mata-mata. Poucas horas depois, a seleção brasileira, já classificada às oitavas de final e com uma formação totalmente reserva, entrou em ação contra Camarões e foi derrotada.

Bento vê seleções com mais opções no grupo de jogadores, como o Brasil, beneficiadas com o fato do curto intervalo de 72 horas entre os jogos e lembrou que na edição 2018, na Rússia, o período de preparação era mais longo.

“Tempo para treinar nós não temos. É impossível passar algo no campo jogando a cada 72 horas. Demos folgas aos jogadores e treinamos pela manhã. É o que tínhamos que fazer. Isso nos deixa constrangido e dar uma diferença em relação ao Brasil, que pode trocar o time que jogou e nós não tivemos condição. Em 2018, não me lembro de jogos após 72 horas. Creio que é algo que não é humano e não é justo”, disse Paulo Bento, em entrevista coletiva, na véspera do duelo contra o Brasil.

“Temos que ver como realidade naquilo que a Fifa no fundo pretende, que é ir criando cada vez menos condições para os que têm menores condições e mais condições para os que têm mais. Na minha opinião, o Brasil é o mais forte candidato a ser campeão do mundo. Com esse constrangimento, aumenta a diferença”, complementou.

Técnico da Coreia comenta volta de Neymar à seleção brasileira

Paulo Bento ainda falou sobre o retorno de Neymar, recuperado de lesão no tornozelo, à seleção brasileira. O treinador foi sincero ao dizer que preferia não enfrentar o camisa 10, mas por outro lado avaliou que o espetáculo seria prejudicado sem o craque brasileiro.

“Seríamos hipócritas se disséssemos que seria melhor jogar com o Brasil tendo Neymar do que não tendo. Mas para ser justo e ser verdadeiro, eu prefiro sempre que os melhores jogadores estejam. E se não estão que nunca seja por motivo de lesão. Não desejo isso a ninguém. Neymar está em condições e competirá ao Tite colocá-lo ou não. Nós vamos fazer o melhor jogo possível e traçar a melhor estratégia para competir com uma grande equipe, recheada de grandes talentos e que, ao contrário de anos atrás, acrescente organização a sua qualidade individual”, analisou.

O vencedor do duelo entre Brasil x Coreia do Sul enfrentará quem passar no duelo entre Japão x Croácia.