Árbitro da final do Paulistão de 2018 abre o jogo sobre pênalti anulado de Dudu e revela plano para prejudicar o Palmeiras
Alviverde chegou a pedir a anulação do jogo alegando interferência externa
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A polêmica final entre Palmeiras e Corinthians, do Paulistão de 2018, ainda rende assunto. Isso porque tivemos uma arbitragem no mínimo confusa.
O Verdão havia vencido o jogo de ida por 1 a 0, na Neo Química Arena. Na volta, no Allianz Parque, o Timão devolveu o 1 a 0 e venceu nos pênaltis.
Porém, um pênalti no jogo da volta causou discussão por um bom tempo. O árbitro Marcelo Aparecido de Souza marcou uma penalidade para o Palmeiras, em uma disputa de Ralf com Dudu dentro da área. Mas, alguns minutos depois, voltou atrás e anulou a marcação. Vale lembrar que na época não existia VAR.
O Palmeiras, então, rompeu relações com a FPF (Federação Paulista de Futebol) e decidiu ir à justiça para pedir a anulação da partida.
O Alviverde levantou imagens que mostraram membros da FPF com celulares na mão à beira do campo no momento da comunicação dos árbitros. O verdão entende que a arbitragem recebeu informações externas, o que é proibido.
Porém, mesmo com todas as imagens, o STJD não aceitou o pedido do Palmeiras e manteve o título para o Alvinegro.
Árbitro da decisão se manifesta
Em entrevista ao podcast “Resenheira”, Marcelo Aparecido de Souza falou sobre esse episódio. Ele diz que marcou o pênalti com convicção, mas pela reação dos jogadores, percebeu o erro.
“Eu tenho uma característica de deixar o jogo rolar. Tanto que o Moisés sofre a falta, eu deixo jogar, sobra a bola para o Palmeiras, que lança o Dudu. Eu tava um pouco atrasado e não vejo o toque na bola do Ralf.”
“Durante meus 20 anos de arbitragem, a premissa do toque na bola é a mudança de direção. E não mudou nesse lance. Eu marco com convicção. Marquei porque eu não vi a mudança de direção da bola”, inicia o árbitro.
Em seguida, Marcelo Aparecido cita alguns jogadores do Corinthians que deram a confiança e a certeza que não havia sido pênalti.
“O Cássio, o Balbuena e o próprio Ralf. Mas o Cássio veio imediatamente e eu senti que eu errei. Mas o que eu ia fazer? Vai bater.”
Marcelo Aparecido admite que iria prejudicar o Palmeiras
O árbitro conta que pela reação dos jogadores, ele percebeu que errou e iria compensar prejudicando intencionalmente o Palmeiras na sequência. Se o Verdão fizesse o gol, iria mandar voltar.
“Eu tinha um plano na minha cabeça. Vai bater e se não pegar, vai voltar. Alguém vai invadir a área. Se defender, segue o jogo. Se fizer, volta de novo. Isso é a coisa mais natural que tem. Mas, se bater de novo e fizer de novo, aí não tem o que fazer”, contou.
Marcelo ainda diz que não acreditava que Dudu, batedor oficial do time, iria marcar.
“O Dudu não ia fazer o pênalti. Tanto que na disputa de pênaltis ele é o primeiro a errar. O Cássio sabia onde ele batia”, disse o ex-árbitro.
Processo para anulação do pênalti
Marcelo Aparecido de Souza conta porque decidiu voltar atrás na marcação. Ele diz que o quarto árbitro falou para ele que não foi pênalti. Então, ele decidiu não marcar para fazer a coisa certa.
“Pelo rádio, eu ouço: ‘Marcelo, para mim foi na bola’. Eu olho e está o quarto árbitro tentando se comunicar comigo. Os jogadores do Corinthians viram e apontaram ele para mim.”
“Quando eu consigo me aproximar, ele me disse: ‘Para mim, Marcelo, o Ralf pega a bola, mas a decisão é sua’. Vamos fazer a coisa certa. Eu sei que eu errei, vamos voltar. Você percebe quando um atleta quer levar vantagem”, finaliza.

