Jogador do Valencia declara apoio a Vinícius Júnior após caso de racismo e dispara: “Não dizer nada é ser cúmplice”
Defensor ainda cobrou medidas do próprio clube para ajudar no combate ao racismo contra Vinícius Júnior
O zagueiro francês Mouctar Diakhaby, do Valencia, condenou os ataques racistas ao atacante Vinícius Júnior durante a vitória sobre o Real Madrid, no domingo (21). Através das redes sociais, o defensor cobrou o próprio clube para que os responsáveis sejam devidamente punidos.
“Apoio Vinícius Júnior contra os insultos que ele recebeu dos torcedores. Espero que meu clube faça o que for necessário para punir fortemente aqueles que cometeram esses atos… Não dizer nada é ser cúmplice”, disparou o zagueiro francês.
Y sí, por supuesto que apoyo a @vinijr contra los insultos racistas que recibió de algunos aficionados . Y espero que mi club haga lo necesario para sancionar fuertemente a los que cometieron estos actos ..
no decir nada es ser cómplice
✊🏾✊🏾✊🏾
— Mouctar Diakhaby (@Diakhaby_5) May 22, 2023
A declaração de Diakhaby é oposta a manifestação de Gabriel Paulista, também do Valencia. O defensor brasileiro saiu em defesa dos torcedores do clube e negou que Vinícius Júnior tenha sido chamado de “macaco”.
“O estádio inteiro chamando uma pessoa de tonto é bem diferente de mono [macaco, em espanhol]. E se teve alguém que foi racista tem que pagar sim. A minha postagem foi pela vitória e hoje a torcida foi fundamental, porque precisávamos muito sair da zona de rebaixamento. Quem entende de futebol sabe o que estou falando, um abraço a todos”, escreveu Gabriel Paulista.
Vinícius Júnior volta a ser vítima de racismo na Espanha:
Valencia toma media após episódio:
O Valencia se manifestou na manhã desta segunda-feira (22) e prometeu banir os torcedores que insultaram Vinícius Júnior no estádio Mestalla. O clube ainda afirmou que “condena veementemente este tipo de comportamento”. Veja a nota na íntegra:
“O Clube condena veementemente este tipo de comportamento, que não cabe no futebol e não corresponde aos valores do Valencia CF e dos seus torcedores.
Valencia CF, em seu compromisso permanente contra o racismo e a violência em todas as suas formas, informa que a polícia identificou um torcedor que fez gestos racistas contra Vinícius Jr no jogo da 35ª rodada contra o Real Madrid, disputado no Camp de Mestalla, e trabalhos estão sendo feitos de maneira coordenada para confirmar a identidade de outros possíveis implicados.
Desde o momento dos fatos, todas as gravações disponíveis estão sendo analisadas, trabalhando o mais rápido possível para esclarecer o ocorrido, a fim de agir com rapidez e contundência.
O Valencia CF já procedeu à abertura de processo disciplinar, aplicará a máxima severidade contra os torcedores envolvidos, expulsando-os do estádio para sempre e colabora com a Polícia e as autoridades competentes para esclarecer o sucedido.
O Clube condena veementemente este tipo de comportamento, que não tem lugar no futebol e na sociedade e que não corresponde aos valores do Valencia CF e dos seus torcedores.
Dessa forma, reafirmamos nossa posição contra o racismo agindo com a mesma contundência de 2019, quando um torcedor que fez gestos fascistas e saudações aos torcedores do Arsenal durante a partida da UEFA Europa League foi expulso para sempre.”
Atacante desabafa:
Após a derrota para o Valencia, Vinícius Júnior usou as redes sociais para desabafar sobre o novo episódio de racismo sofrido na Espanha. O atacante do Real Madrid afirmou que o Campeonato Espanhol atualmente “é dos racistas”.
“Não foi a primeira vez, nem a segunda e nem a terceira. O racismo é o normal na La Liga. A competição acha normal, a Federação também e os adversários incentivam. Lamento muito. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi hoje é dos racistas. Uma nação linda, que me acolheu e que amo, mas que aceitou exportar a imagem para o mundo de um país racista. Lamento pelos espanhóis que não concordam, mas hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país de racistas. E, infelizmente, por tudo o que acontece a cada semana, não tenho como defender. Eu concordo. Mas eu sou forte e vou até o fim contra os racistas. Mesmo que longe daqui.”

