Ex-dirigente do São Paulo opina sobre declínio do clube: “Soberano atrapalhou”
Marco Aurélio Cunha trabalhou no Tricolor por anos
Reprodução/Youtube
O São Paulo sempre fui um clube modelo no Brasil na questão de gestão e também em termos de conquistas. Foi, por exemplo, o primeiro clube brasileiro a ser tricampeão da Libertadores e é até hoje o único brasileiro tricampeão do Mundial de Clubes.
E esse bom momento rendeu o apelido de “soberano”. Mas, de time admirado e soberano, passou a ser um time que não disputa mais títulos e acumula fracassos, problemas internos e ameaças de rebaixamento.
De 2009 para cá, ou seja, quase 15 temporadas, o Tricolor só venceu uma Sul-Americana em 2012 e um Paulistão em 2021.
Marco Aurélio Cunha, que virou diretor de futebol do clube em 2002, fazendo parte da conquista da Libertadores e Mundial (2005), além do tricampeonato Brasileiro (2006, 2007 e 2008), falou sobre esse declínio do Tricolor.
Sobre o soberano
Em entrevista ao podcast “Deu Zebra Cast”, o ex-dirigente do São Paulo abriu o jogo e disse que essa fama de soberano atrapalhou.
“A história do soberano atrapalhou muito. Isso surgiu do marketing, não sei exatamente de quem, o Casares era o responsável, mas não é dele a culpa, é de todos”, iniciou o ex-dirigente.
Em seguida, Marco Aurélio diz que o São Paulo não soube seguir vitorioso. Ele avalia que o clube ficou parado no tempo.
“O problema do futebol brasileiro é não saber ganhar. O Flamengo passa por isso. Tá vivendo 19 até hoje. É questão de gestão interna. O Palmeiras pode ser o próximo, o Corinthians teve um ciclo vitorioso também e acabou. O São Paulo achou que ninguém ia copiar ele e todo mundo copiou.”
“Nós ficamos bem parados no tempo. Então, o São Paulo foi infeliz no negócio do “soberano”. Não pela palavra em si, mas é que não continuou soberano. Deveria ter progredido como soberano. E se assumir soberano gera uma responsabilidade desnecessária”, opinou.
Por que o São Paulo ficou para trás?
Na opinião do ex-dirigente, o São Paulo se acomodou com as conquistas. Além disso, ele entende que o clube fez algumas movimentações que não foram positivas, achando que qualquer coisa iria dar certo.
“Os dirigentes do São Paulo achavam que tudo que acontecia lá iria dar certo. Começaram a liberar pessoas importantes, achando que a substituição seria natural. De funcionário e jogador.”
“Aí, não dá certo a substituição, começa a atirar para todo lado e aí acabou. Acabou o projeto. A Globo tirou o Galvão Bueno e o Cléber Machado achando que não tem problema, mas tem”, concluiu.

