Tiago Leifert nega fake news e desabafa após polêmica por morte de torcedora “Me senti sozinho”
Jornalista se defendeu das críticas e reforçou o discurso contra as torcidas organizadas
Reprodução/Youtube
O jornalista Tiago Leifert foi centro de uma polêmica nas redes sociais ao comentar a morte de uma torcedora do Palmeiras no início da semana. Gabriela Anelli morreu após ser atingida por estilhaços de uma garrafa durante um confronto com torcedores do Flamengo no sábado (8). Durante live no canal ‘3 na Área’, o ex-apresentador da Globo afirmou que a palmeirense assumiu o risco. Alvo de críticas, Leifert se defendeu.
Em entrevista ao Estadão, Tiago Leifert reforçou o perigo de fazer parte de uma torcida organizada – como era o caso Gabriela. O jornalista, entretanto, negou ter culpado a vítima pelo ocorrido.
“(…) Eu me senti sozinho essa semana. Eu nunca me senti tão sozinho das polêmicas que arrumam para mim, eu não acordo e saio atacando pessoas, chamando alguém de covarde. Mas eu me senti muito sozinho essa semana porque a minha constatação foi óbvia. Eu falei, pessoal, a água é molhada. Pessoal, organizadas são perigosas”, desabafou Tiago Leifert.
“Essa menina não estava entrando no portão C. Era organizada, isso é fato relevante. Ela estava num confronto. A gente precisa conversar sobre isso. Eu me senti sozinho. Eu não sou maluco. Porque eu tenho certeza de que dentro da organizada tem muito mais gente do bem, muito mais. Que pode ter um nível maior de paixão do que o meu, pode ser um pouco mais sanguíneo com o futebol do que eu, mas duvido que essas pessoas querem morrer, duvido. Duvido que todo mundo ali gosta de brigar. Não estou culpando a vítima. Eu só estou dizendo que quem é de organizada, está mais sob risco do que eu e vocês que não somos”, acrescentou.
Tiago Leifert nega fake news:
Outro tema que causou grande repercussão envolvendo Tiago Leifert foi a informação de que Gabriela havia se envolvido em um confronto no portão A. A torcedora do Palmeiras, entretanto, estava na confusão que aconteceu no portão D. Ainda na segunda-feira, o jornalista publicou um vídeo no Instagram corrigindo sua informação inicial.
“A Gabriela morreu na segunda-feira de manhã. Naquela hora (do jogo), não só eu, como todos os grandes portais, o Estadão, o G1 e o UOL, tinham informações desencontradas sobre a situação. A gente acreditava que havia acontecido um confronto só. No portão A do estádio. Depois, ao longo da tarde, apareceu a informação do confronto do portão D”, explicou.
Confira o trecho da live que causou polêmica:
“Eu estou constatando uma coisa factual. Isso não é fake news, pelo amor de Deus. É totalmente factual. Qual foi a mentira, que desinformação eu espalhei? Não foi no portão A, foi no portão D, mas ela estava no confronto do portão D. As imagens do Jornal Nacional são claríssimas. As imagens da ESPN são claríssimas. Então, eu não consigo mesmo entender porque que a culpa vem para mim”, disparou Leifert.
O jornalista lembrou ainda que já fala sobre o período das torcidas organizadas há mais de um ano no canal ‘3 na Área’. “Eu estou há mais de um ano avisando da tragédia. Nunca viralizou. Eu também dei opiniões sobre o Cuca, nunca viralizou. Também dei opiniões sobre gritos homofóbicos em estádios. Sou contra grito homofóbico. Acho que tem de acabar. Sou a favor das punições. Nunca viralizou. Aí essa frase minha do tipo ‘quem é de torcida organizada, infelizmente, está mais sob risco de apanhar e de se machucar, de morrer.’… Qual é a constatação absurda? Eu estou indo muito longe? Eu errei? É a oitava pessoa a morrer. Estou errado? Eu viajei? Estou espalhando fake news? Fora todas que não morreram. Porque não sei se você sabe, mas tem um código de honra, as organizadas só podem brigar com pau, pedra, soco, soco inglês, mas não pode com arma de fogo. E quando está no chão tem de parar. Você não bate em quem está caído.”

