Alicia Klein questiona o retorno de Kleiton Lima, acusado de assédio, ao time feminino do Santos
Jornalista criticou postura do Santos relacionada às acusações feitas pelas Sereias da Vila
Kleiton Lima em treinamento pelo Santos (Fotos : Pedro Ernesto Guerra Azevedo/Santos FC)
Após diversos pedidos e acusações das jogadoras do Santos, o técnico Kleiton Lima pediu demissão do comando na segunda-feira (15). O treinador já havia sido acusado anteriormente de assédio e foi recontratado pelo clube. Uma série de protestos das atletas das Sereias da Vila e de outros clubes foram de grande contribuição na decisão, mas Alicia Klein questiona a necessidade destas intervenções.
Alicia Klein detona postura do Santos em caso Kleiton Lima
Através da sua coluna no Portal UOL, a jornalista esportiva foi enfática sobre o Peixe não ter investigado e ouvido as jogadoras. No texto, Alicia Klein abre a sua argumentação afirmando: “Acusado de assédio por 19 jogadoras, ele foi recontratado pelo Santos para comandar justamente essas mulheres. O clube alegou que as denúncias eram frágeis. Ou seja, que a palavra das mulheres é frágil. Que, mesmo multiplicada por 19, ela carrega menor peso que a do homem”.
A jornalista esportiva relembrou que o Peixe contratou Robinho em 2020, apesar de ter recebido a condenação por acusação de estupro pelo tribunal italiano em 2020. E também, por um churrasco com o ex-jogador em 2024, semanas antes da sua prisão. Além disso, Alicia Klein detona o fato de Kleiton Lima pedir demissão do Santos após os protestos e não da intervenção da gestão.
Logo, Alicia Klein faz uma leitura social sobre a situação afirmando: “E quem preserva as mulheres? Quem preserva as vítimas? Quem preserva o ambiente para evitar a expansão do trauma? Quem nos protege? Pois este episódio deixou claro, novamente, o que Emicida transformou em poesia: tudo que nóis tem é nóis”.
Entre as críticas, a jornalista aponta a gestão do Santos ignorar 19 cartas, a falta de investigação e conversa com as atletas e um processo sério. Relembrando as dezenas de jogadores protestando nas últimas partidas. Finalmente, Alicia Klein concluiu seu texto afirmando: “Ao que tudo indica, quem insistir em errar vai passar vergonha. Enquanto as mulheres não encontrarem paz para trabalhar, os assediadores não encontrarão paz para assediar”.

