Presidente do Grêmio, Alberto Guerra defende SAF no clube: “Talvez eu seja o único dirigente a dizer isso”
Alberto Guerra admite que mudou de opinião e que o Grêmio precisa de uma SAF, citando o modelo do Bahia como referência no Brasil
Alberto Guerra, atual presidente do Grêmio - Foto: Morgana Schuh | Grêmio FBPA
A SAF (Sociedade Anônima do Futebol) é um modelo de gestão que, com o passar do tempo, vem ganhando cada vez mais espaço no futebol brasileiro. Botafogo, Cruzeiro e Bahia são exemplos de equipes da Série A do Campeonato Brasileiro que se tornaram clube-empresa nos últimos anos. No Grêmio, o assunto é discutido, mas ainda sem um veredito.
Para que o Grêmio se torne SAF um dia, o caminho ainda é longo. Há um processo complexo para que o clube deixe de ser associativo e passe a ser uma empresa. Além disso, a procura por um comprador também envolve muitas negociações e decisões a serem tomadas. Porém, se depender do presidente Alberto Guerra, o Imortal passará a ter um dono.
Guerra defende SAF no Grêmio
Em entrevista ao Correio do Povo, Alberto Guerra confessou que mudou de ideia nos últimos dois anos e afirmou que, neste momento, é a favor de uma SAF no Grêmio. “Me elegi contra a SAF e defendi isso por mais de dois anos. Mas hoje sou favorável. Talvez eu seja o único dirigente a dizer isso com clareza. Precisamos da proposta certa, de uma empresa que conheça o esporte e queira vencer, e não apenas lucrar”, declarou.
Além de ser a favor ao projeto de mudança, Guerra afirmou que o tema sempre é debatido nos bastidores e há processos em andamento para que isso aconteça. O presidente revelou que “o assunto está sempre na mesa. Pela grandeza do clube, há procura constante. Mas nenhuma conversa evoluiu até agora.”
Modelo do Bahia agrada a Alberto Guerra
As diferentes SAFs existentes ao redor do mundo são estruturadas de formas variadas. Algumas têm um único proprietário; outras pertencem a grupos de investidores. Há ainda empresários que detêm o controle de vários clubes simultaneamente. Para Alberto Guerra, o modelo que mais o agrada no Brasil é o do Bahia, que faz parte do City Football Group, o mesmo conglomerado que administra o Manchester City, da Inglaterra, e o Girona, da Espanha.
“Gosto do modelo do Bahia. Mas há vários caminhos possíveis. Enquanto não fecharmos nenhuma parceria, a receita é clara: reduzir dívidas e acertar no futebol. É no campo que se muda o rumo. As vitórias é que trazem mais recursos. E com mais dinheiro, o ciclo se retroalimenta”, disse o presidente.
Realidade financeira não admite erros
O presidente do Imortal admite que a situação financeira do clube é difícil, por isso, a administração precisa errar o menos possível para não perder o dinheiro, que já é escasso. “A questão é que, hoje, nossa margem de erro é menor que a dos concorrentes. Estou há dois anos e meio no cargo, e não teve um único dia em que acordei tranquilo sabendo que havia dinheiro para pagar todas as contas”, confessou.
Quase metade da torcida do Grêmio aprova SAF
Em junho, o Globo Esporte encomendou uma pesquisa ao instituto AtlasIntel com o objetivo de conhecer a opinião dos torcedores sobre a transformação de seus clubes em SAFs. Os participantes tinham três opções de resposta: sim, não ou não sei. Ao final do levantamento, entre os gremistas, 48% responderam sim, 28% escolheram não sei e 25% optaram por não.

