MP-SP denuncia Andrés e superintendente financeiro por gastos com cartão do Corinthians

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou nesta quarta-feira, 15 de outubro, o ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, e o atual superintendente financeiro do clube, Roberto Gavioli, pelo uso irregular do cartão corporativo. De acordo com o promotor Cássio Conserino, os gastos totalizam aproximadamente R$ 480 mil, entre agosto de 2018 e fevereiro de 2021.

A denúncia inclui os crimes de apropriação indébita, lavagem de dinheiro e falsidade de documento tributário. Andrés responde pelos três crimes, enquanto Gavioli, pelos dois primeiros.

Quais foram os gastos com o cartão corporativo

Segundo Conserino, o cartão corporativo do clube teve uso como se fosse pessoal. Ele apontou despesas em drogarias, clínicas, hospitais, lojas de roupas, postos e gasolina.

O promotor ainda afirmou que Sánchez gastou R$ 33 mil com viagens para Fernando de Noronha e Praia de Pipa. Além disso, a compra de relógios custou R$ 5 mil para o clube.

“O cartão empresarial, não da pessoa física, era utilizado como se fosse privado. Houve uma inversão da propriedade, e o ex-presidente passou a dispor desse cartão como se proprietário fosse, fazendo inúmeras compras particulares”, afirmou Conserino.

O que diz Andrés Sánchez sobre a denúncia do MP

A defesa de Andrés Sánchez, por meio de nota assinada pelo advogado Fernando José da Costa, criticou a denúncia contra o ex-presidente do Corinthians, e garantiu que provará sua inocência. E classificou a acusação como “inepta” e “excessiva”, reforçando confiança no julgamento judicial.

“A defesa informa que foi surpreendida com o oferecimento de uma denúncia distribuída em apartado, sem juntada ao procedimento investigatório ao qual possui acesso. O teor da acusação só se tornou conhecido após coletiva de imprensa convocada pelo promotor responsável”, disse uma parte da nota.

Andrés também se afastou dos Conselhos Deliberativo e de Orientação do Corinthians até o fim do caso na Justiça.

Clube afasta superintendente financeiro

Logo após a denúncia, o Corinthians divulgou uma nota oficial e informou que afastou Roberto Gavioli de suas funções por tempo indeterminado e sem remuneração.

O Timão ainda reafirmou o compromisso de colaborar com o Ministério Público e com os órgãos internos, como o Conselho Deliberativo, o Conselho Fiscal e a Comissão de Ética.

“Ele era remunerado para isso, era o garantidor do bem jurídico. Não cumpriu o dever de verificação e conferência das notas fiscais”, explicou o promotor sobre a acusação em cima do superintendente financeira do clube.

Andrés e Gavioli terão que devolver dinheiro ao Corinthians

A Promotoria pede que os denunciados ressarçam os R$ 480 mil ao clube e paguem indenização equivalente a 75% do valor do prejuízo. O valor total que eles têm que devolver supera R$ 1 milhão, segundo a Justiça.

Outros ex-presidentes na mira do MP-SP

As investigações seguem e agora abrangem também os mandatos de Duilio Monteiro Alves, entre 2021 e 2023, e de Augusto Melo, de 2024 a 2025.

Segundo o promotor, apenas ele e mais uma funcionária trabalham no caso, o que impediu até agora a avaliação dos gastos com cartão corporativo do Corinthians dos dois ex-presidentes.