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SAFiel apresenta proposta para torcedores serem acionistas do futebol do Corinthians

Projeto de novo estatuto pode inviabilizar modelo de SAF com participação popular da torcida

Por Hugo Tavares em 28/10/2025 15:24 - Atualizado há 1 mês

SAFiel prevê participação da torcida do Corinthians no comando do futebol (Foto: Pulsar Imagens/Alamy)

Um grupo de empresários apresentou nesta terça-feira (28), no Museu do Futebol, a SAFiel. O projeto propõe transformar o Corinthians em Sociedade Anônima do Futebol (SAF), mas com torcedores como acionistas.

A ideia é permitir que sócios e membros do programa Fiel Torcedor adquiram ações com direito a voto, participando diretamente da gestão do futebol clube. O próximo passo será a assinatura de um memorando de entendimentos, ainda sem data definida ou confirmação.

Sem a presença do presidente do Corinthians, Osmar Stabile, os idealizadores entregaram a proposta a conselheiros e associados.

Resistência dentro do clube

A SAFiel surge em meio à discussão de uma reforma ampla no estatuto do Corinthians, que prevê a possibilidade de criação de uma SAF. Entretanto, o anteprojeto capitaneado pelo presidente do Conselho Deliberativo do clube, Romeu Tuma Júnior, inviabiliza a ideia, pois obriga que ao menos 51% das ações, ou seja, o controle majoritário, fique com o Timão.

“Na prática, se o clube quiser manter a maioria das ações, mostra que pretende continuar no comando, e isso afasta investidores sérios”, afirmou o empresário Carlos Teixeira, um dos idealizadores.

Ele ainda destacou a dificuldade de diálogo com dirigentes. Já outro idealizador, Eduardo Salusse, defendeu que ainda há tempo de o novo estatuto ter alteração no texto caso haja vontade política.

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Como seria o Modelo da SAFiel

A proposta prevê a criação da empresa Invasão Fiel S/A, que reuniria todas as operações do futebol, incluindo feminino e categorias de base. As ações seriam divididas entre duas classes: uma voltada a torcedores investidores, com direito a voto, e outra a investidores institucionais, sem esse poder.

Nenhum acionista poderia votar com mais de 1,8% do capital social, mesmo que tenha participação maior. A medida busca evitar concentração de poder e preservar o caráter popular do clube.

A estimativa com a SAFiel é captar entre R$ 1,6 bilhão e R$ 2,5 bilhões, recursos que voltariam para quitar dívidas, modernizar a estrutura e fortalecer o elenco. O Corinthians tem atualmente uma dívida estimada em R$ 2,7 bilhões.

Gestão profissional

O plano prevê a criação de comitês de governança e conselhos independentes, com representação de torcedores, organizadas e do Parque São Jorge. A administração caberia a executivos contratados com base em metas e desempenho.

Nos primeiros cinco anos, os investidores da SAFiel não teriam direito a distribuição de dividendos. Além disso, as ações não poderiam ser vendidas.

“A SAFiel nasce com um propósito claro: ajudar o Corinthians a encontrar um novo caminho, sem perder a essência popular que o torna único”, explicou Teixeira.

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