Ancelotti indica caminho para Neymar na seleção
Técnico vê o jogador do Santos como um “falso 9”
Brasil de Carlo Ancelotti voltou ao quinto lugar no ranking da Fifa (foto: AP Photo/Lee Jin-man/Alamy)
Carlo Ancelotti voltou a comentar sobre Neymar e falou abertamente sobre como imagina o atacante atuando caso retorne à seleção. O treinador avaliou que o camisa 10 pode render melhor como “falso 9”, trabalhando mais centralizado e próximo do gol. “Acho um jogador com muito talento. Mais perto do gol, tem mais oportunidade de marcar gols. Falso 9 pode ser a sua posição ideal”, afirmou o técnico em entrevista à revista Placar.
Neymar, de 33 anos, segue tentando recuperar ritmo competitivo no Santos após uma sequência de lesões. Ele não aparece nas convocações desde a chegada de Ancelotti ao comando da seleção. Ainda assim, o treinador reforçou que não descarta sua participação na Copa do Mundo, desde que o atacante apresente evolução física e continuidade em jogos.
Condição física segue como principal obstáculo
O técnico destacou que a ausência do jogador não é uma questão técnica. Neymar segue sendo visto como peça capaz de decidir partidas, mas precisa suportar o nível físico exigido no futebol atual. “A verdade é que o futebol de hoje pede muitas coisas. Não só o talento, mas também a condição física e a intensidade”, afirmou.
O atacante voltou recentemente após lesão no músculo reto femoral, que o deixou 48 dias fora. Atuou por poucos minutos diante do Fortaleza, o que ainda não sinaliza recuperação plena. O foco, agora, é engatar partidas consecutivas, completar períodos de treinamento e responder bem ao calendário.
Ancelotti já indicou que não convocará atletas sem condições de competir durante 90 minutos e manter frequência ao longo das competições. Neymar, portanto, precisa de consistência no Santos antes de qualquer reavaliação.
O técnico tem repetido internamente que todas as vagas no ataque seguem abertas. No entanto, o tempo para retorno diminui. A última oportunidade antes da Copa será a Data Fifa de março de 2026.
Nova posição reduz exigência defensiva
Caso Neymar esteja apto, o plano de Ancelotti é utilizar o jogador em uma função menos ligada às bordas do campo. O técnico explicou que o papel de extremo exige recomposição constante, além de participação defensiva mais intensa. “Ele tem que jogar mais central, não como extremo. Os extremos precisam ajudar muito defensivamente. Mais por dentro, o trabalho defensivo é menor.”
A ideia é explorar o passe curto, o giro rápido entre zagueiros e volantes e a capacidade de finalização. A movimentação típica do falso 9 cria espaços para atacantes de velocidade ou meias de infiltração, o que pode encaixar com o modelo de transição que Ancelotti pretende consolidar.
Expectativa para os próximos meses
A seleção enfrenta Senegal e Tunísia em novembro. Neymar não estará nessas partidas, mas seu desempenho no Santos deve ser acompanhado com atenção. Caso apresente evolução técnica e física, ele pode reaparecer entre os convocados em março, período considerado decisivo.
A recuperação contínua é vista como requisito. Sem sequência de jogos, o atacante não entra no grupo. Com ela, passa a concorrer por vaga e pode assumir papel central no ataque, conforme desenhado pelo técnico.
Ancelotti afirmou que ainda não conversou diretamente com Neymar sobre ausência ou possível retorno. O italiano prefere aguardar sinais concretos de evolução antes de abrir discussão sobre convocação. O ponto central permanece: desempenho em campo.
Dessa forma, a possibilidade de Neymar atuar como falso 9 na seleção existe e está definida no planejamento do treinador. O que falta é a outra parte da equação: constância e tempo de jogo.
Se essa condição vier, a porta está aberta. Se não vier, permanece o afastamento.

