Home Futebol Dunga elogia Vini Jr, mas faz ressalva: “é líder técnico e não de vestiário”

Dunga elogia Vini Jr, mas faz ressalva: “é líder técnico e não de vestiário”

Capitão do Tetra acredita que Casemiro deveria ficar com a braçadeira

Por Douglas Nunes em 17/11/2025 11:38 - Atualizado há 3 semanas

Ex-técnico da seleção e capitão de 94 Dunga. Foto: Jonathan Paul Larsen / Diadem Images)

O ex-capitão da Seleção Brasileira, Dunga, reacendeu o debate sobre liderança no time de Carlo Ancelotti. Em entrevista ao jornal Marca, o campeão mundial de 1994 afirmou que Vinicius Júnior é hoje o principal jogador da equipe, mas não o vê como referência emocional dentro do grupo. A fala veio após o ex-volante ser incluído no Hall da Fama do Futebol do Pachuca.

Dunga não vê Vini Jr como líder de grupo

Segundo Dunga, Vini Jr. exerce sua liderança com talento e impacto técnico. No entanto, o ex-treinador acredita que essa influência não se traduz para o vestiário. A declaração foi direta:

“Vini é um líder técnico. Ele cria. Ele toma iniciativa. Mas não é um líder de vestiário. O Brasil ainda precisa dessa figura”.

Dunga reforçou que o atacante precisa jogar sem o peso de carregar responsabilidades que não combinam com seu perfil. Para ele, esse tipo de pressão atrapalha o desempenho do jogador no ambiente da Seleção.

Casemiro surge como nome natural

O ex-capitão também apontou Casemiro como o possível líder emocional do grupo. Ele destacou que liderança não se cria por decreto e que alguns atletas já nascem com esse perfil.

“Casemiro pode ser esse líder. Já faz tempo que não temos alguém assim. E empurrar isso para o Vinicius não é justo”.

A fala reforça o olhar de Dunga para o equilíbrio interno da Seleção, algo que, segundo ele, ainda não existe no nível ideal.

Vini no Real x Seleção

Dunga também comparou as versões de Vinicius Júnior no Real Madrid e no Brasil. E, segundo ele, a diferença não está na bola, mas no ambiente ao redor.

No Real Madrid, Vini atua sem peso adicional. Lá, jogadores experientes dividem responsabilidades. No Brasil, ele teria de assumir funções que fogem de seu perfil — e isso impacta.

“Em Madrid, ele só pensa em jogar. Aqui, não. Lá existem outros líderes. No Brasil, a carga cai sobre ele”.

O ex-técnico rasgou elogios ao comportamento competitivo de Vinicius Júnior. Para ele, o que diferencia o atacante é a coragem de tentar sempre, mesmo quando erra.

“Ele acredita nele. Ele tenta de novo. Isso é raro. Em uma Copa, esse tipo de mentalidade faz diferença”.

Dunga afirmou que poucos jogadores modernos mantêm essa postura agressiva e destemida. Para ele, Vini representa exatamente o espírito que o Brasil precisa.

Elogios a Ancelotti e favoritismo

Dunga também comentou a chegada de Carlo Ancelotti à Seleção. Ele afirmou que o momento exigia alguém de fora para romper o clima político que envolvia a CBF. “Era hora de tentar um estrangeiro. O ambiente estava pesado. Com Ancelotti, se fala só de futebol”.

O tetracampeão disse que o técnico italiano devolveu leveza ao grupo e transformou a atmosfera interna, que antes era dominada por disputas políticas.

Dunga também analisou o cenário mundial. Para ele, Espanha, França e Argentina vivem momento superior ao da Seleção. Ainda assim, o ex-jogador acredita que tudo pode mudar até a Copa do Mundo de 2026. “Em seis meses, tudo vira. Nada é definitivo”.

Rodrygo e Endrick precisam jogar mais

O ex-técnico também avaliou o momento de Rodrygo e Endrick. Para ele, jovens brasileiros precisam de minutagem constante para evoluir — algo que nem sempre acontece no Real Madrid.

“O jogador brasileiro precisa jogar. Ele é diferente. Ficar sem minutos derruba confiança”.

Sobre Rodrygo, Dunga disse que a mudança de comando para Xabi Alonso trouxe um estilo novo e que o atacante precisa de tempo para se adaptar. Já sobre Endrick, foi categórico:

“Se o jovem não joga três vezes por semana, perde horas de experiência. Isso é devastador”.

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