Jornalista aponta diferença de comportamento das torcidas de Flamengo e Palmeiras

Flamengo e Palmeiras chegam à final da Libertadores com ambientes distintos antes do embarque para Lima. As torcidas decidiram organizar festas para apoiar as equipes, mas o clima nas duas cidades chamou a atenção. O jornalista Bruno Vicari, da ESPN, destacou diferenças culturais que influenciam a forma como cada torcida se mobiliza.

Torcidas criam atmosferas opostas antes da viagem

O AeroFla reuniu milhares de rubro-negros no Rio. A movimentação tomou boa parte do entorno do aeroporto e ganhou destaque nas redes. Segundo Vicari, esse tipo de demonstração é comum no comportamento do torcedor carioca. Ele afirmou que o Flamengo vive de manifestações intensas, quase sempre espontâneas e barulhentas. Assim, a festa se tornou mais um capítulo desse padrão.

O jornalista ressaltou que a torcida flamenguista é numerosa e costuma criar ambientes marcantes. “Isso é cultural do carioca. O AeroFla foi fantástico. Isso dificilmente vai acontecer em São Paulo. Primeiro, não tem discussão de que a torcida do Flamengo é a maior do Brasil. Mas também tem o fato de que é um torcedor mais festivo, mais entusiasmado”, comentou Vicari.

Diferença cultural influencia mobilização em São Paulo

Ao comparar as duas capitais, Vicari explicou que São Paulo vive um ritmo mais acelerado. Por isso, grandes mobilizações durante a semana se tornam raras. De acordo com ele, a cidade dificilmente para para eventos fora do calendário habitual. Assim, recepções no aeroporto costumam ser menores e mais discretas, inclusive quando envolvem clubes populares.

“Dificilmente você vai ver a cidade de São Paulo parar para isso. Você não ia ver a torcida do Palmeiras parando São Paulo numa segunda-feira de manhã. O ritmo da cidade é outro. Existe essa diferença cultural entre as cidades”, disse o jornalista.

Rivalidade cresce com decisões sucessivas

O encontro entre Flamengo e Palmeiras se consolidou como uma das maiores rivalidades do continente. As duas equipes chegaram à final em 2021 e agora repetem o duelo. Os últimos anos reforçaram o confronto, marcado por jogos decisivos em diferentes competições. A disputa por títulos alimentou debates, atraiu atenção internacional e elevou as expectativas para a decisão em Lima.

Além da Libertadores, os dois clubes seguem na corrida pelo Brasileirão. Ambos têm campanhas sólidas e disputam o título rodada a rodada. Isso aumentou ainda mais a tensão. Cada jogo passou a influenciar os dois torneios, o que deixou o ambiente ainda mais carregado de expectativa.

Libertadores interfere diretamente na briga pelo Brasileirão

A final em Lima ocorre em um momento decisivo do Campeonato Brasileiro. O Flamengo lidera com 75 pontos. O Palmeiras aparece logo atrás, com 70. Como ainda restam três partidas para cada lado, a disputa segue aberta. No entanto, nenhum dos dois joga antes da decisão sul-americana. Isso cria uma pausa estratégica e força as comissões técnicas a definirem prioridades.

O cenário de 2021 foi diferente. Naquele ano, o Atlético-MG dominou o Brasileirão e abriu grande vantagem. A disputa pelo título nacional não pressionava Flamengo e Palmeiras. Ambos chegaram à final focados apenas no torneio continental. Em 2025, o contexto mudou. A margem é pequena. Cada ponto importa. Assim, a final da Libertadores se conecta diretamente com o Brasileirão.

O jogo também é importante individualmente. Isso porque Danilo pode fazer história, com feito inédito somando Libertadores e Champions.