Corinthians perto de fechar empréstimo de R$ 70 milhões; veja destino
Operação deve priorizar transfer ban e reforçar o fluxo de caixa em 2026
Memphis Depay durante o jogo contra o Cruzeiro, no dia 14 de dezembro (Crédito: Associated Press / Alamy Stock Photo)
O Corinthians está próximo de concretizar um empréstimo de aproximadamente R$ 70 milhões para enfrentar demandas imediatas de caixa. A movimentação ocorre após a aprovação interna de um orçamento mais rígido para 2026. A informação foi apurada nesta quinta-feira.
As negociações avançam com a Liga Forte União, que surge como parceira central na operação. Internamente, o acordo é tratado como bem encaminhado e visto como essencial para estabilizar compromissos financeiros no curto prazo.
Estrutura do acordo e condições financeiras
A ideia em discussão prevê que o pagamento do empréstimo seja feito diretamente a partir das cotas de televisão de 2026. O valor anual dessas cotas gira em torno de R$ 36 milhões. A taxa de juros projetada é de CDI acrescido de 3 pontos percentuais.
Com esse modelo, o clube busca evitar novos impactos no caixa imediato. Ao mesmo tempo, tenta manter previsibilidade para o próximo exercício financeiro. A diretoria avalia que a estrutura reduz riscos operacionais.
Transfer ban é prioridade no uso dos recursos
Parte relevante do montante deve ser direcionada à quitação do transfer ban imposto pela Fifa. A punição decorre do atraso no pagamento da contratação do zagueiro Félix Torres, junto ao Santos Laguna, do México.
O Corinthians foi condenado a pagar US$ 6,14 milhões, valor que se aproxima de R$ 34 milhões. Além disso, incidem multa de 15% sobre o total devido e juros anuais de 18%. Enquanto não houver acordo, o clube segue impedido de registrar atletas.
Histórico de condenações agrava o cenário
Atualmente, o Corinthians soma seis condenações na Fifa. Duas delas já foram confirmadas pela Corte Arbitral do Esporte. Além do caso Félix Torres, o clube foi condenado a pagar integralmente o contrato do meia Matías Rojas.
Somadas, essas duas punições ultrapassam R$ 85 milhões. Ainda existem outros quatro processos em análise, envolvendo Rodrigo Garro, Maycon, José Martínez e Charles. Se as decisões forem mantidas, o valor total pode passar de R$ 125 milhões.
Empréstimo já havia sido debatido internamente
A possibilidade de recorrer a crédito foi apresentada ao Conselho de Orientação em outubro. Na ocasião, os conselheiros aprovaram a estratégia por unanimidade. O planejamento previa a captação de R$ 100 milhões até o fim de 2025.
Desse total, cerca de R$ 27,5 milhões seriam usados em novembro. Os outros R$ 72,5 milhões estavam projetados para dezembro. A operação atual representa um ajuste dentro desse cenário.
Orçamento de 2026 aposta em austeridade
Para o próximo ano, o Corinthians trabalha com um orçamento conservador. O plano prevê superávit de R$ 12 milhões e resultado operacional positivo de R$ 320 milhões. A contenção de gastos é o eixo central da estratégia.
A redução de despesas com pessoal chega a 19%. O custo total cairia de R$ 505 milhões para R$ 410 milhões. No futebol, a projeção é reduzir gastos de R$ 435 milhões para R$ 354 milhões.
Receitas projetadas sustentam o planejamento
O orçamento também considera receitas relevantes fora de campo. O clube estima R$ 151 milhões com transferências de atletas e mecanismo de solidariedade da Fifa. Os direitos de TV devem render R$ 335 milhões.
Já os contratos de patrocínio aparecem com previsão de R$ 255 milhões. Dentro desse contexto, o empréstimo surge como peça-chave para atravessar o período de ajuste sem comprometer o planejamento esportivo.

