Reunião no Palmeiras tem bate-boca entre conselheiro e Leila Pereira: “gestão incompetente”
Discussão ocorreu durante votação do orçamento de 2026 e expôs tensão política no clube
Leila Pereira em jogo do Palmeiras (Foto: Brazil Photo Press/Alamy Live News)
A reunião do Conselho Deliberativo do Palmeiras que aprovou o orçamento para 2026 terminou em clima de forte tensão. A presidente Leila Pereira e o conselheiro José Corona Netto protagonizaram um confronto verbal após críticas duras à atual gestão. O episódio ocorreu na noite de terça-feira (16) e foi revelado inicialmente pela ESPN.
Um áudio divulgado pelo canal do jornalista Fredy Junior, no YouTube, tornou públicas as falas completas de ambos. O material mostra que o embate começou durante o discurso de Corona, que pediu a palavra para questionar as decisões esportivas e financeiras do clube nos últimos anos.
Críticas às contratações e à gestão esportiva
Ao iniciar sua manifestação, José Corona Netto atacou diretamente a política de contratações do Palmeiras para a temporada 2025. O conselheiro afirmou que a gestão foi “perdulária” e classificou os investimentos como mal executados, citando valores elevados destinados a jogadores que, segundo ele, não corresponderam em campo.
“Aos nobres conselheiros que estão aqui. Eu discordo completamente. Eu vejo essa gestão perdulária, incompetente. Gastou R$ 700 milhões em jogadores medíocres.” No mesmo discurso, Corona atribuiu os títulos recentes do clube a elencos e dirigentes de gestões anteriores, minimizando o papel da atual presidente.
As críticas se estenderam ao diretor de futebol Anderson Barros, apontado como responsável por escolhas equivocadas. Corona também questionou o desempenho esportivo recente e afirmou que o clube deixou de disputar títulos de maior relevância.
Para o ano que vem, o Palmeiras tem um orçamento de R$ 1,2 bilhão aprovados.
Ataques pessoais e debate sobre terceiro mandato
O tom do discurso subiu quando o conselheiro passou a direcionar ataques pessoais à presidente. Em um dos trechos mais duros, afirmou que “quem não entende de futebol não pode ser presidente do Palmeiras”. Em seguida, classificou como “imoral” e “amoral” a possibilidade de um terceiro mandato de Leila Pereira.
O estatuto do Palmeiras permite apenas uma reeleição. Ainda assim, grupos ligados à situação discutem nos bastidores uma possível mudança nas regras, hipótese que gera resistência dentro do Conselho Deliberativo e foi duramente criticada por Corona.
Saída da sala e reação imediata de Leila
Após encerrar sua fala, José Corona Netto começou a deixar o local da reunião. A atitude provocou reação imediata de Leila Pereira, que tomou a palavra visivelmente exaltada. A presidente questionou a postura do conselheiro e afirmou que ele estava se retirando para evitar ouvir a resposta.
“Ele fala e vai embora? Ele é covarde?” A presidente repetiu a pergunta diversas vezes, elevando o tom. Em seguida, passou a rebater as acusações feitas contra sua gestão e atacou pessoalmente o conselheiro, chamando-o de “fracassado”.
Defesa da gestão e do período de conquistas
Leila Pereira utilizou sua fala para defender os resultados esportivos e financeiros do clube durante seu mandato. Ela destacou o número de títulos conquistados, o aumento de receitas e a estabilidade institucional alcançada nos últimos anos.
“O Palmeiras nunca foi tão vitorioso como na minha gestão.” A presidente também rebateu críticas relacionadas à Crefisa, afirmando que o patrocínio foi fundamental em um momento de dificuldades financeiras do clube.
Segundo Leila, o Palmeiras atravessou períodos mais graves antes de sua chegada e não houve mobilização semelhante por parte de conselheiros críticos naquele momento.
Ameaça de medidas judiciais
Na parte final de sua manifestação, Leila Pereira afirmou que não aceitaria ofensas pessoais ou ataques à instituição. A presidente deixou claro que pretende recorrer à Justiça caso considere que limites foram ultrapassados.
“Se me ofender, vão ser processados judicialmente.” Ela ressaltou que foi eleita pela maioria dos associados e que continuará exercendo o cargo de forma firme, sem se calar diante de críticas que considere desrespeitosas.
A reunião terminou com o orçamento aprovado, mas o episódio evidenciou o ambiente político conturbado no Palmeiras. O embate público entre presidente e conselheiro expôs divergências profundas sobre gestão, sucessão e rumos do clube, que devem seguir no centro das discussões internas ao longo de 2026.

