Home Mídia Esportiva e bastidores Estúdio americano cria canal de streaming 100% dedicado aos esportes femininos

Estúdio americano cria canal de streaming 100% dedicado aos esportes femininos

A Women’s Sports Network já fechou parceria de transmissão com importantes ligas

Thais May Carvalho
Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e mestranda de Ciências da Comunicação na Universidade de São Paulo, sou colaboradora do Torcedores.com desde 2020. Escrevo sobre diversas modalidades, com foco mais voltado para futebol americano, beisebol, surfe, tênis, futebol, hóquei no gelo e basquete.

Esse semana, a Fast Studios, empresa baseada em Los Angeles e especializada em conteúdo esportivo para televisão, anunciou a criação da Women’s Sports Network (WSN), um canal gratuito com programação 24 horas por dia de esportes femininos.

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Até o momento, já foram confirmadas parcerias de transmissão com a Ladies Professional Golf Association (LPGA), a associação de Ski e Snowboard dos Estados Unidos e a World Surf League (WSL). 

Além dos eventos ao vivo, o canal terá uma programação original com documentários, notícias diárias e programas de análise esportiva liderados por mulheres. Para produzir esse conteúdo, a WSN formou uma parceria com a GoodSports, empresa especializada na cobertura de esportes femininos, e a Empower Onyx, que trabalha com a divulgação e empoderamento de mulheres negras no esporte.

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A estreia da WSN, que estará presente em grandes plataformas de TV por streaming, está programada para acontecer ainda em 2022, o que coincidirá com o aniversário de 50 anos da Title IX. Essa é uma lei aprovada em junho de 1972 que proibe a discriminação de gênero em programas educacionais que recebem verba federal do governo estado-unidense. Dessa forma, ela foi essencial na criação e manutenção de programas esportivos para mulheres nas escolas e universidades do país.

O conselho da Women’s Sports Network contará com nomes de peso, como Carol Stiff, vice-presidente de programação e aquisições da ESPN, e Sophie Goldschmidt, atual CEO da US Ski & Snowboard, que já atuou em cargos importantes na WSL, na NBA e na WTA.

De acordo com um estudo da UNESCO, 40% dos atletas são mulheres, mas elas só recebem 4% de toda cobertura midiática. Um dos argumentos para essa baixa cobertura é o fato de que, teoricamente, elas trazem menor audiência do que os homens. Trabalhando com grades de programação na TV há mais de 30 anos, Stiff diz que isso se deve, em parte, pelo fato dos programas de esporte feminino serem colocados em canais secundários e em horários ruins.  “A programação esportiva feminina tem sido muito difícil de encontrar na TV por muito tempo. As marcas estão nos dizendo que querem apoiar atletas do sexo feminino”, declarou Stiff.

“Não estamos aqui para derrubar a ESPN e suas 16 mil horas de esportes femininos. Estamos aqui para complementar o que eles estão fazendo e ser inclusivos. Vamos contar as histórias desses atletas que não estão sendo contadas”, disse Stiff em entrevista ao Los Angeles Times.

Já Goldschmidt falou ao LAT sobre o potencial do canal: “Estamos em um ponto em que, finalmente, os esportes femininos podem ser comercialmente viáveis ​​e sustentáveis. Este não é apenas um exercício de verificação de caixa [ou] fazê-lo porque é a coisa certa. A lógica do negócio também está lá”.

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“A nova Women’s Sports Network está preparada para o sucesso com nossas parcerias iniciais com as principais organizações esportivas, relacionamentos profundos com profissionais de marketing e a crescente demanda por um destino para os esportes femininos”, disse Goldschmidt.

Sobre o investimento da Fast Studio na WSN, o CEO da empresa, Stuart McLean, falou que “Por muito tempo, a indústria do esporte feminino foi vista pelas lentes dos esportes masculinos, e isso levou a uma enorme subestimação da oportunidade comercial. Continuamos a crescer e as forças culturais em jogo se combinam para tornar este o novo empreendimento mais empolgante que já tive o privilégio de lançar”.

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