A Fifa está planejando mudanças para a Copa do Mundo do Catar 2022. Nesta edição, a entidade irá usar uma nova tecnologia que promete ser mais eficiente para as marcações de impedimento, denominada “impedimento semiautomático”. Hoje, a decisão que leva, em média, 70 segundos para ser concluída, poderá ser realizada entre 20 a 25 segundos. O anuncio da medida foi realizado nesta quinta-feira (30).
Utilizado de forma mais tecnológica, as mudanças para a Copa do Mundo do Catar de 2022 se darão com as bolas utilizadas, onde todas terão um sensor, instalado no centro da esfera. Com isso, o sistema poderá saber com exatidão em que momento houve contato com o jogador que passou a bola. Além disso:
- 12 câmeras estarão posicionadas nos estádios, todas conectadas ao mesmo sistema. Elas irão rastrear a posição dos jogadores e localizar, com precisão, 29 pontos de contato do corpo com a bola, 50 vezes por segundo.
- Quando existir algum jogador em situação de impedimento e ele participar do lance (tocando na bola), uma luz acenderá na cabine do VAR. Ainda, a Fifa irá designar um operador dedicado exclusivamente para este tipo de lance. Eles serão checados e, então, poderão ser comunicados com o árbitro de campo.
- Ao invés das linhas traçadas para marcar os impedimentos na Copa do Mundo, a tecnologia irá detalhar uma animação 3D, tornando mais fácil a visualização do lance pelos árbitros da partida.
- Ainda, a animação será exibida imediatamente após a jogada. E ela irá aparecer nos televisores de quem estiver assistindo.
- A mesma animação será exibida no telão. E a ideia é fazer com que o público veja a mesma imagem que o árbitro está observando.
- A nova tecnologia será utilizada somente quando um jogador em impedimento tocar na bola. Os que forem marcados por interferência no campo do goleiro continuarão a ser decididos pelo juiz da partida.
A tecnologia que será utilizada na Copa do Mundo do Catar 2022 já foi utilizada pela Fifa em duas competições. Na Copa Árabe, realizada no fim de 2021, e no Mundial de Clubes, em 2022, onde o Palmeiras perdeu a final para o Chelsea. Ainda, os testes também foram amplamente realizados em laboratórios de universidades dos Estados Unidos, Suíça e Austrália. Ainda, segundo Pierluigi Collina, chefe de arbitragem da Fifa, a nova ferramenta já está 100% concluída e poderá ser utilizada a qualquer momento.
“É importante dizer que a decisão continua sendo dos árbitros. Os juízes não serão substituídos por robôs. Ou então quem estaria aqui explicando isso a vocês seria um engenheiro, e não eu”, revelou Collina, chefe do departamento de arbitragem da Fifa, que esteve no comando da final da Copa do Mundo de 2002, onde o Brasil se sagrou pentacampeão. “Vinte anos atrás eu mal conseguia me comunicar com a minha família em casa. Agora estamos aqui, pessoas do mundo inteiro, conversando. É difícil prever o que pode acontecer. Mas, o que não vai mudar, é que o árbitro será sempre o responsável pela decisão final”, concluiu.
Ainda, o chefe de arbitragem ainda revelou que a Fifa busca criar alternativas ainda mais acessíveis que o VAR, dependente de menos câmeras, para popularizar a ferramenta e torná-la financeiramente mais viável às competições, além da Copa do Mundo.
“Temos que ajustar cada possibilidade. Mas aqui estamos falando da Copa do Mundo, que pode ter um número maior de câmeras, pode ter mais pessoas na cabine do VAR. Isso não é o normal em todas as competições”, afirmou Collina.
Os árbitros que irão trabalhar na Copa do Mundo do Catar 2022 serão reunidos 2 semanas antes do mundial para serem treinados com a nova ferramenta. O torneio começa no dia 21 de novembro, com a final prevista para o dia 18 de dezembro. E o Brasil, com Tite no comando, busca a sexta estrela após 20 anos do pentacampeonato.

