Jogadores reservas da Ponte Preta acusaram torcedores do Criciúma de fazer ofensas racistas a eles durante o empate por 1 a 1 entre as duas equipes, na noite de sexta-feira, pela 18ª rodada do Brasileirão Série B.
O clube de Campinas informou que o atacante Da Silva registrou boletim de ocorrência após a partida. O Criciúma, por sua vez, informou que identificou o agressor e que vai colaborar com a Justiça.
As ocorrências começaram no fim do primeiro tempo, quando os jogadores da Ponte foram se aquecer atrás de um dos gols do estádio Heriberto Hulse, numa área muito próxima das arquibancadas, ainda que separada por um fosso.
O repórter Ronaldo Fontana, que acompanhava a partida pelo grupo Globo, informou que Da Silva disse ter sido chamado de “macaco”. O árbitro Caio Max Augusto Vieira acionou a polícia e foi em frente à torcida após a confusão. A partida chegou a ser interrompida por cerca de três minutos.
No segundo tempo, os jogadores voltaram a reclamar e a polícia se posicionou no setor para garantir que o aquecimento pudesse continuar. Além das ofensas, os jogadores da Ponte relataram ter sido vítimas de cusparadas e objetos atirados por torcedores, como copos com bebidas.
Posicionamentos dos clubes e do árbitro
“Primeira democracia racial do futebol brasileiro, com negros dentro e fora de campo desde a fundação em 1900, a Ponte Preta lamenta o ocorrido, condena veementemente qualquer tipo de racismo e dará apoio irrestrito ao jogador”, informou o clube.
O Criciúma publicou uma nota de repudio em seu site:
“O Criciúma Esporte Clube vem manifestar o seu repúdio a qualquer ato de discriminação e afirma que jamais será omisso diante de um fato tão grave. O clube, com o auxílio da Polícia Militar e de atletas da Ponte Preta, já identificou o responsável e está tomando as medidas cabíveis diante do caso lamentável ocorrido durante a partida. O fato só reforça a importância da luta diária por um futebol sem ódio.”
Na súmula, o árbitro Caio Max Augusto Vieira registrou o incidente, o que pode causar punições ao Criciúma junto ao STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva).
“Foi solicitado ao policiamento presente que identificasse o infrator, porém até o fechamento dessa súmula não foi possível, pois o indivíduo se evadiu do local do jogo. Nenhum dos membros da arbitragem pôde identificar tais atos, sendo assim, após a chegada do policiamento para tomar as devidas providências, dei continuidade na partida”, escreveu o juiz.

