Um ex-dirigente do comitê organizador local das Olimpíadas de Tóquio-2020 foi detido nesta quarta-feira, com outras três pessoas, acusado de ter recebido suborno em 2017 relacionado à área de marketing da competição.
Segundo a investigação, Haruyuki Takahashi, de 78 anos, é suspeito de ter recebido em 2017 cerca de US$ 380 mil (R$ 1,9 milhão pela cotação atual) da Aoki Holdings, cadeia de lojas de roupa, após a assinatura de um contrato entre sua empresa de consultoria e o grupo, que em 2018 se tornou parceiro oficial dos Jogos Olímpicos.
Além de Takahashi, também foram detidos o presidente da Aoki Holdings, Hironori Aoki, de 83 anos, e outros dois executivos da empresa, de acordo com a agência France Presse. De acordo com os promotores, Takahashi ordenou mais de 50 transferências, em um total de 51 milhões de ienes (cerca de R$ 1,9 milhão), para a conta bancária de uma empresa que ele administra, entre outubro de 2017 e março de 2022.
No mês passado, a polícia executou operações de busca nas residências de Takahashi e de Aoki, assim como nos escritórios do comitê organizador dos Jogos de Tóquio-2020, que estão vazios.
Executivo do mercado publicitário, Takahashi foi diretor da Dentsu, uma das principais agências do país. De acordo com seu cargo na gestão dos Jogos, ele não poderia aceitar dinheiro ou presentes relacionados ao seu cargo. O ex-dirigente negou que a transação com a Aoki Holdings representasse um conflito de interesses.
As Olimpíadas de Tóquio foram adiados em um ano, por causa da pandemia de covid-19, sob grande protesto da população japonesa. Um dos principais fatores que impulsionaram a realização do evento foi justamente a necessidade de cumprir os acordos comerciais com as empresas que haviam pago para relacionar sua marca ao maior evento do esporte mundial.
