O chefe da Mercedes, Toto Wolff, aposta numa garota espanhola de 12 anos como a principal candidata a ser a próxima mulher a pilotar da Fórmula 1. O nome dela é Luna Fluxá, e ela já faz parte do programa de preparação de jovens pilotos da equipe.
Luna pilota desde os 7 anos, como parte um programa da Federação Espanhola de Automobilismo para estimular o gosto pelo esporte nas meninas. Aos 9, ela começou a disputar provas de kart ´pela Europa. No ano passado, aos 11, venceu uma das categorias da Euro Series de kart e chamou a atenção da Mercedes, que a integrou a seu programa.
Foi desse programa, por exemplo que George Russell saiu para pilotar pela Williams, antes de se integrar à Mercedes na temporada deste ano da Fórmula 1. Os irmãos mais velhos de Luna, Lorenzo e Lucas, também vêm se destacando em provas de kart, mas Toto Wolff parece disposto a apostar na menina.
“Luna é capaz”, disse Wolff ao ser perguntado sobre qual seria a próxima mulher a tentar chegar à principal categoria do automobilismo. Ele ignorou as participantes da W Series, categoria voltada apenas para mulheres, embora tenha declarado que “há garotas que podem chegar lá pelo seu talento”.
Fórmula 1, desde sempre um clubinho de meninos
Ao contrário da Fórmula Indy, que deu espaço a pilotas e teve casos de relativo sucesso, como Danica Patrick e a brasileira Bia Figueiredo, a Fórmula 1 segue um território hostil a mulheres, especialmente a quem se atreve a pilotar.
A última a dirigir um carro de Fórmula 1 num evento oficial do campeonato foi justamente a britânica Susie Stoddard, que desde 2018 assina Susie Wolff, depois de se casar com o próprio Toto. Até o começo desta semana chefe, Susie era chefe da Venturi, uma das equipes da Fórmula E, categoria que usa motores elétricos.
Susie disputou treinos livres pela Williams em 2014 e 2015, mas não chegou a ser escalada para treinos de classificação e corridas. Jamie Chadwick, campeã da W Series em 2019 e 2021, também tem contrato com a Williams, mas só participou de testes de desenvolvimento na fábrica.
Outros nomes foram anunciados por equipes da categoria, mas nunca passaram de releases bem intencionados. A última mulher a disputar um treino classificatório, sem conseguir vaga no grid, num tempo em que havia mais carros do que lugares, foi a italiana Giovanna Amati, pela Brabham, em 1992.
A última a correr e pontuar foi outra italiana, Lella Lombardi, que disputou 17 corridas entre 1974 e 1976 e conseguiu um sexto lugar no GP da Espanha de 1975, correndo pela March. Só que, como a corrida foi interrompida antes do fim, por causa de uma série de acidentes, a pontuação ficou pela metade e ela é a única pessoa que correu na Fórmula 1, de qualquer gênero, com exatamente 0,5 ponto no currículo.

