O craque da seleção da Croácia e do Real Madrid nem sempre teve a vida de sucesso e renome que tem hoje, tendo passado por tempos difíceis em sua terra natal durante a década de 90.
No dia 18 de dezembro, quando será realizada a final da Copa do Mundo, se completará 31 anos que o avô de Modric foi assassinado por rebeldes sérvios nas proximidades de sua casa, nas encostas da montanha Velebit, no norte da Croácia.
Naquele momento, acontecia na Iugoslávia a Guerra de Independência da Croácia, que se iniciou em 1991 e terminou em 1995. O conflito envolveu as forças do governo croata e o Exército Popular Iugoslavo, controlado pela Sérvia.
“Ainda me lembro bem do meu avô. Ele era meu protetor. Tenho o nome dele (o primeiro nome do avô era Luka). Fico triste por ele não poder ter visto tudo que conquistei, mas com certeza está lá em cima olhando e torcendo por mim. Sei que se orgulha”, contou o craque Modric em um documentário produzido pela Fifa.
“Eu não sabia o que tinha acontecido quando o trouxeram para nossa casa. A única coisa que senti foi tristeza. Meu pai me abraçou e me levou até o caixão. Ele disse: ‘Filho, vá se despedir do seu avô’. Eu não era capaz de entender que era a última vez que o veria. Meus pais me levaram para fora da sala, eles queriam me distanciar da tragédia. Meu coração se parte toda vez que penso nele morrendo, literalmente à sua porta”, relatou Modric, da seleção da Croácia e do Real Madrid, em sua autobiografia.
Modric falou sobre a sua infância durante a guerra de independência da Croácia
O conflito no leste europeu deixou mais de 20 mil mortos, com estimativas de 550 mil tendo se tornado refugiados, somente no lado croata. A família de Modric foi somente uma das que teve que fugir de sua casa para se abrigar em outro local, a 30 km da região.
“Isso foi o que mais marcou minha infância, mesmo assim, detesto falar sobre isso. Precisamos sair de casa e nos refugiar em hotéis. Não foi fácil… A gente ouvia sirenes, bombas caindo, os mísseis, a vida no exílio”, contou o Modric, no documentário da Fifa. Ele ainda acrescentou:
“Quando vejo fotos de criança, sempre estou com uma bola. O futebol com certeza era uma forma de escapar da realidade que nos cercava”, concluiu o craque do Real Madrid e da Croácia.

