Galvão Bueno deixou a narração esportiva em grande estilo, logo após transmitir a épica final da Copa do Mundo 2022 vencida pela Argentina sobre a França no domingo passado (18). Dessa forma, a Globo deve efetivar Luís Roberto como o novo número um da emissora, e apostar também em nomes que já estão na casa para o futuro, como Gustavo Villani. Além disso, o jornalista Flávio Ricco informou, em seu blog no portal R7, que a Globo cogita a contratação de Paulo Andrade, dos canais ESPN e Disney.
Mesmo assim, Galvão Bueno é considerado insubstituível pelo jornalista Maurício Stycer. Em sua coluna na Folha de S. Paulo, ele justifica o fato do narrador ter recebido pela Globo um status similar aos dos personagens da Copa do Mundo 2022, Messi e Mbappé. Então, Stycer considera Galvão Bueno mais do que um locutor esportivo: “Transformou-se num mestre de cerimônias, como um apresentador de programa de auditório, mas com um alcance e um poder que nenhum outro jamais teve“, escreveu Stycer.
“Galvão Bueno se tornou maior do que a Globo”, escreveu Stycer
Assim, o jornalista reforçou que Galvão Bueno sempre transformava qualquer partida de futebol “numa ópera com alta carga dramática”. Desse modo, enalteceu o dom do narrador de, como um “vendedor de emoções”, recompensar os patrocinadores pelos investimentos. Aliás, também comentou sobre como Galvão impactava com seus bordões e influenciava os telespectadores. “Criou várias mitologias, entre as quais a de que brasileiros e argentinos se odiavam“, complementou.
Nesse sentido, Stycer não acredita que haverá um substituto para Galvão Bueno, da forma como a Globo delegou poderes, mesmo sem a original intenção, pela forma do narrador de se comunicar “Ao vivo, ele se tornou uma figura maior que a emissora, com liberdade para escrever o próprio roteiro de suas transmissões para milhões de pessoas“, opinou o jornalista.
Por fim, Maurício Stycer concluiu: “Poucos apresentadores na história mais recente da televisão usufruíram desse poder. Penso em Faustão, quando fazia o seu programa ao vivo na Globo. Ou em Silvio Santos, dono do seu próprio canal. Quem mais? Com a saída de cena de Galvão, encerra-se uma era“.

