A derrota do Flamengo por 3 a 1 para o Al Hilal na semifinal do Mundial de Clubes da Fifa ainda repercute. Vice-campeão mundial com o Palmeiras em 2022, o técnico Abel Ferreira foi perguntado sobre a precoce eliminação rubro-negra. Ao avaliar a queda do time de Gabigol, Pedro, Arrascaeta e Cia, o português também fez uma avaliação sobre o momento do futebol brasileiro.
O Brasil não conquista o Mundial de Clubes desde 2012, quando o Corinthians venceu o Chelsea na decisão. Desde então, nesse ínterim, clubes brasileiros foram eliminados na semifinal do torneio em quatro oportunidades. O próprio Palmeiras caiu para o Tigres-MEX, na edição de 2020, quando acabou perdendo também a disputa do terceiro lugar.
“O Flamengo ficou sem um jogador cedo, isso certamente condiciona toda a história do jogo. Não vou me alongar nisso, já tenho tanto problema aqui… O que posso dizer é que o futebol brasileiro foi considerado o mais competitivo. Faço uma pergunta, não estou defendendo ninguém. Mas os campeonatos europeus começam no meio do ano. Nós começamos a treinar em janeiro e pegamos logo o Mundial, como aconteceu com a gente e com o Flamengo. Eles (Europa e outras equipes) já estão em velocidade de cruzeiro. Por si só, é desigual. Nós estamos decolando ainda, é uma dificuldade que nós temos. Seja Flamengo, Corinthians, São Paulo ou Palmeiras, seja quem for”, avaliou Abel Ferreira.
Abel Ferreira avalia momento do Futebol brasileiro:
Abel Ferreira também falou sobre o atual momento do futebol brasileiro. Além do jejum de títulos no Mundial de Clubes, o país também tem encontrado dificuldade diante de europeus em Copas do Mundo. Nas últimas cinco edições, por exemplo, a seleção caiu para países da Europa, tendo ainda no caminho o 7 a 1 para a Alemanha na semifinal de 2014.
“Eu gostava de ver as coisas por outro lado, há aspectos que temos que melhorar sim. Gramados bons, tempo de descanso… Há muitas coisas para melhorar em termos de organização. Vamos tentar melhorar. Depois que estivermos bem organizados, calendários como devem ser, tempos de recuperação como devem ser… Eu venho de um “micro-ciclo” de jogar às 19h30, 20h30, agora, passando dois dias, me metem para jogar às 11h. Esse é o problema. Você está habituado nesse ritmo, e aí vem uma quebra, fazendo o jogo às 11h30, em um campo que, segundo me disseram, está uma vergonha. Isso tem que ser cuidado”, disse Abel, se referindo ao duelo diante do Água Santa, pelo Paulistão, no próximo domingo (12).
“Temos que ter a preocupação de ter todas as condições de proporcionar um espetáculo. Mas se o gramado está uma vergonha, que foi o que me disseram, troca. Não pode jogar ali. Na Europa, se a grama estiver dois centímetros a mais, é multado, não pode jogar lá. É muito sério. Mas aqui ainda há espaço… Há muito espaço para melhorar internamente”, completou.
