Em dia de Palmeiras x Corinthians, os palmeirenses só pensam em uma coisa: tem que ter raiva dessa p… de Corinthians.
E isso é “culpa” do Felipão. O lendário treinador disse isso em 2000, quando as duas equipes se enfrentaram na semifinal da Libertadores. Então, na ocasião, essa fala foi gravada por jornalistas que estavam do lado de fora e o áudio vazou, em uma reportagem exibida pela Globo.
A partir de então, os palmeirenses fazem questão de relembrar essa bronca do ex-treinador toda vez que os rivais se enfrentam.
Em 2000, a bronca foi dada no CT, na reapresentação, após o Palmeiras perder o jogo de ida por 4 a 3.
E a conversa deu resultado, já que na volta, o Verdão venceu por 3 a 2 e levou para os pênaltis. Nas penalidades, Marcos defendeu o pênalti de Marcelinho Carioca e o Alviverde avançou para a final.
Ex-jogador do Palmeiras conta bastidores
No programa “Resenha”, da ESPN, o ex-zagueiro do Palmeiras, Argel, relembrou esse episódio. Ele conta que havia acabado de chegar ao Verdão, com o sonho de vencer a Libertadores. Argel, então, contou como foi aquele dia.
“Nós perdemos o primeiro jogo. Aí, o Felipão chegou no CT, tirou todos os seguranças e deixou a imprensa chegar. A imprensa chega, ele manda abrir as janelas”, disse Argel, que completa:
“Senta todo mundo e ele começa: ‘vocês não dão um tapa na cabeça do Marcelinho, um soco no Rincón, uma cabeçada no Vampeta, não pisam na cabeça do Ricardinho… o que tá acontecendo? Vocês tem que ter raiva dessa p… de Corinthians’. Aquilo ali, mexe com a gente.”
Em seguida, o ex-zagueiro conta como os jogadores reagiram após as palavras do treinador.
“Nós nos reunimos depois e falamos: ‘é o seguinte, esse jogo agora é para louco. Imagina, vai ter 80 mil corintianos, ninguém acreditava no Palmeiras. Se a gente ganhar esse jogo ai, nem precisa ser campeão’. Chegamos no Morumbi, a Gaviões da Fiel tinha distribuído 80 mil apitos. Então, a gente pegava na bola, vinha 80 mil apitos. Conseguimos aquela virada. Aquilo foi histórico”, relembrou.
Felipão foi o fator decisivo
Por fim, Argel diz que o Corinthians tinha um time melhor, mas o Palmeiras tinha o Felipão, que fez a diferença.
“O time do Corinthians em 2000 tecnicamente era melhor que o nosso. Mas, não tinha característica de jogar a Libertadores. Na verdade, esse time do Corinthians não tinha o Felipão. O Felipão que criava o clima.”
“Nesse jogo que o Felipão falou: ‘tem que ter raiva dessa p… de Corinthians’, imagina aquilo hoje em dia? Iam falar em direitos humanos. Ia abrir o Jornal Nacional, o William Bonner ia dizer: ‘prisão perpétua para o Felipão'”, brincou Argel.

