Uma das grandes revelações do Vasco no início dos anos 2000, Diogo Siston construiu uma carreira internacional importante: jogou em cinco clubes de três países diferentes, além da seleção brasileira de base. Campeão da Copa Mercosul com o Vasco em 2000 e do Campeonato Carioca em 2003, ele teve marcante pelo Hapoel Beer Sheva, de Israel.
O ex-jogador viveu o auge em Israel que sofre constantes punições da Fifa por causa de conflitos com a vizinha Palestina. Em 2003, Siston deixou o futebol brasileiro para atuar em um país que é conhecido por atos terroristas e sequestros.
“Eu era o titular da lateral-esquerda do Vasco, quando fui vendido para Israel. Um dia o telefone tocou e do outro lado da linha estava o Eurico Miranda: ‘Temos uma proposta para te vender. Está bom para esse salário que estão oferecendo? Então, está bom. Você será vendido’. Nessa época o clube precisava muito de dinheiro e a minha saída ajudou o Vasco”, revelou Diogo Siston em entrevista ao canal “OurSports”, no Youtube.
Segundo Siston, a cidade de Beer Sheva, onde morou por um ano, tinha muita tensão no ar, já que fica próxima à Faixa de Gaza, onde ocorrem a maioria dos conflitos mais graves. Ele relembrou como era sua rotina onde viveu.
“A cidade fica no meio do deserto. Então, fazia muito calor durante o dia. A maioria dos treinos eram a noite. Eu dormia muito tarde, acordava muito tarde e meu fuso horário mudou bastante por causa dessa rotina. De madrugada, eu ficava na varanda do meu do meu apartamento vendo os helicópteros e escutava as bombas que eram lançadas no silêncio da madrugada”, disse.
Notícias ruins após ida para Portugal
Após uma temporada no Hapoel Beer Sheva, Diogo Siston decidiu mudar de país. Isso porque, ele temia por sua vida e de sua família, já que tinha o receio de presenciar algum ato de terrorismo praticado por extremistas. Com isso, transferiu-se para o Santa Clara, de Portugal.
“Um dia liguei a televisão e a CNN estava informando que uma escola tinha sofrido um ataque à bomba em Israel. Graças à Deus ninguém se feriu porque não havia ninguém no local. Pouco tempo depois, um homem-bomba explodiu um restaurante em Jerusalém. Um segurança morreu. Esse episódio foi tratado como um fato isolado pelo governo porque a capital é muito segura. Você pode andar de madrugada pelas ruas que não acontece nada”, recordou.
A mudança para a Grécia
Após três temporadas no Santa Clara, de Portugal, Diogo Siston acertou com o Aris Salonica, da Grécia. Lá atuou ao lado dos craques Amoroso e Loco Abreu. Além disso, foi treinado por Mazinho, tetracampeão mundial com a seleção brasileira, entre 2007 e 2009.
“Vivi bons momentos lá. A torcida do Aris é uma coisa de louco. Eles amam o futebol e idolatram quem veste a camisa do clube. Eu me multiplicava quando entrava em campo e isso explica a identificação dos torcedores comigo. Tive o prazer de vencer uma Copa da Grécia e marcar meu nome na história do clube. Foi uma das melhores experiências que vive ao longo da minha trajetória como jogador de futebol”, finalizou.
A carreira após pendurar as chuteiras
Diogo Siston encerrou a carreira em 2013, quando atuou pelo Rio Claro. Após pendurar as chuteiras, ele se dedicou aos estudos e formou-se em Educação Física. Seis anos depois, iniciou sua trajetória fora das quatro linhas como treinador.
Seu primeiro clube foi o Vasco onde foi técnico das divisões de base de 2019 a 2021. Nesse meio tempo, ele comandou interinamente o time profissional no Campeonato Carioca de 2021. Depois disso, comandou as equipes sub-20 de Corinthians e Bahia.
Diogo Siston deixou o Tricolor Baiano logo após a chegada do Grupo City. Logo após deixar o clube, o técnico recebeu sondagens de para comandar equipes da Bolívia. Porém, ele recusou as ofertas para seguir trabalhando no futebol brasileiro.

